Talvez regressar à estrada após tanto desejar mais uma viagem seja das melhores sensações a sentir. Talvez regressar contigo, de outra forma e com esta ligação, transforme os sentimentos já por si gigantes em montanhas de recantos, de sossegos, de silêncios, de paisagens de cortar a respiração, de lagoas e vales imensos. Talvez os sentimentos aqui ganhem expressão, asas, voz e se transcendam a si mesmos nas palpitações aceleradas de um coração que se inspira ao sabor de oxigénio puro e crescente à medida que se sobe no sonho e na montanha.
Talvez continuar a encher a gaveta das mágicas recordações da vida seja um motivo, talvez escrever a própria vida seja o objectivo fundamental, o certo é que será impossível esquecer cada momento desta nossa ascensão. Mesmo todas as fotografias que tirámos, nenhuma delas tem a capacidade de descrever o momento tal qual nós o sentimos e tal qual o guardámos em nós. As paisagens não mais do que isso, locais que guardamos temporariamente até talvez esquecer ou voltar para relembrar. Os sentimentos não se esquecem e se lembramos determinada paisagem talvez seja porque ela própria é a descrição do sentimento em questão.
Talvez tenhamos trazido centenas de paisagens, porque e não mais do que isso, trouxemos milhares de sentimentos. Talvez tenha relembrado viagens em sentido contrário em direcção ao norte, na aurora de tudo, no inicio dos inícios, da viagem que nós próprio temos sido. Nunca deixemos de ser viajantes desta nossa existência. Continua a ser incrível a forma como temos a sincera capacidade de confessarmos os nossos sentimentos simplesmente com um olhar. Por vezes simplesmente num toque destapamos uma emoção, e em todas as vezes tocamos mesmo o coração. Talvez tenha muito mais a subir contigo do que o ponto mais alto de Portugal.
Somos muito mais que uma lagoa comprima ou um vale glaciar silencioso. Somos os passos que lá deixamos, somos a memória que de lá trazemos, somos a vida que nestes dias escrevemos.
E porque as montanhas são a personificação da vida, vamos conhecê-las, vamos superá-las, vamos desfrutar da sua imensidão e vamos, lado a lado, chegar sempre um bocadinho mais alto. Porque somos cada vez mais, um pedaço de algo que transcende a generalidade do mundo.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Viagens e estações.
Nestes dias em que as folhas caiem uma atrás de outra de uma forma tão natural como apressada, é como se essas mesmas folhas se anexassem às linhas da nossa existência como símbolo da constante renovação que nos une nesta harmonia de lugares, circunstâncias, momentos e sentimentos que somos.
Pudesse eu guardar cada folha caída no chão e não pensaria duas vezes. Há histórias que não merecem ser esquecidas e a singularidade de cada uma dessas folhas é uma dessas histórias. Se as guardarmos, no meio de um livro por exemplo, o encanto dessas mesmas folhas que podiam ter sido simplesmente atiradas para trás da memória, é uma mistura celestial de cores, sensações e pensamentos. Há folhas, há linhas e há viagens, que merecem ser eternamente lembradas.
Conseguimos numa fracção de segundos ver o mar diante de nós e de súbito vê-lo a envolver-nos numa pequena ilha que se abre e desfaz a cada onda mais fugaz. E o mar, impossível não lembrar isso, viu os meus olhos outrora brilharem como um “farol” quando em pegadas de outras estações, escrevemos este nosso presente desejando muito mais que um futuro. Os laços, esses são muito mais que meros sentimentos de amor. É uma partilha de felicidade e vontade de ser sempre a outra palma da tua mão. Repito, há viagens que são tudo num só trajecto.
E por muito que o objectivo de certas viagens seja puramente comercial, nem por isso perdemos a capacidade de as pintar de uma cor especial. Não só nós, mas os quatro, através de músicas de desenhos animados entre tantas outras, sorrisos, auto-estradas, fins de tarde e planos do amanhã, conseguimos desfrutar das pequenas coisas mais brutais que a vida nos pode oferecer. A vida não é rica, mas traz-nos tesouros que não devemos desperdiçar.
Guardarei estas folhas de Outono com um toque salgado de um mar que ainda é de Verão.
Guardarei estas linhas porque seremos viagens em qualquer estação.
Guardarei este dia porque “ a vida não é existir sem mais nada, (…) não é dia sim, dia não, é feita em cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o coração “.
Porque somos, cada segundo mais*
Pudesse eu guardar cada folha caída no chão e não pensaria duas vezes. Há histórias que não merecem ser esquecidas e a singularidade de cada uma dessas folhas é uma dessas histórias. Se as guardarmos, no meio de um livro por exemplo, o encanto dessas mesmas folhas que podiam ter sido simplesmente atiradas para trás da memória, é uma mistura celestial de cores, sensações e pensamentos. Há folhas, há linhas e há viagens, que merecem ser eternamente lembradas.
Conseguimos numa fracção de segundos ver o mar diante de nós e de súbito vê-lo a envolver-nos numa pequena ilha que se abre e desfaz a cada onda mais fugaz. E o mar, impossível não lembrar isso, viu os meus olhos outrora brilharem como um “farol” quando em pegadas de outras estações, escrevemos este nosso presente desejando muito mais que um futuro. Os laços, esses são muito mais que meros sentimentos de amor. É uma partilha de felicidade e vontade de ser sempre a outra palma da tua mão. Repito, há viagens que são tudo num só trajecto.
E por muito que o objectivo de certas viagens seja puramente comercial, nem por isso perdemos a capacidade de as pintar de uma cor especial. Não só nós, mas os quatro, através de músicas de desenhos animados entre tantas outras, sorrisos, auto-estradas, fins de tarde e planos do amanhã, conseguimos desfrutar das pequenas coisas mais brutais que a vida nos pode oferecer. A vida não é rica, mas traz-nos tesouros que não devemos desperdiçar.
Guardarei estas folhas de Outono com um toque salgado de um mar que ainda é de Verão.
Guardarei estas linhas porque seremos viagens em qualquer estação.
Guardarei este dia porque “ a vida não é existir sem mais nada, (…) não é dia sim, dia não, é feita em cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o coração “.
Porque somos, cada segundo mais*
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Regresso às viagens.
Pode até ser repetitivo revisitar momentos e circunstâncias, trazendo de novo as viagens ao tema da escrita, ou talvez seja simplesmente uma constante no meu pensamento, aguardando uma nova oportunidade de te envolver e levar-te pela estrada fora. Quando os quilómetros vão passando, um a um, muda o cenário, vem uma árvore nova, vem um vale mais profundo, vem uma montanha com contornos diferentes, em viagem todos os segundos são irremediavelmente distintos. Em mim, mais do que uma mudança visual pelo exterior em constante mudança, tudo muda interiormente quando este percorrer é feito do teu lado. Já outrora disse que as viagens não têm necessariamente de ser literais, muitas vezes uma viagem pode ser simplesmente feita ao absorver no nosso olhar a chama de uma lareira. Não raras vezes, nessas viagens percorre-se muito mais que somando e subtraindo quilómetros. Até porque em certas viagens, não há longe nem distância.
Ainda assim, referindo-me às viagens literais, pegaria em ti neste instante, iria perder-me contigo por esses destinos a descobrir, descobrindo ainda mais de nós, construindo ainda mais a eterna viagem que somos. Tenho vontade de regressar à estrada contigo, olhar-te entre as paisagens e as mudanças de velocidade, sorrir-te sem tu dares conta, dar-te a mão em forma de união, mudar de música ao sabor do céu, ao sabor da paisagem e ao sabor das emoções. Ir simplesmente porque sim, por vivermos e por sentirmos.
Temos vivido muito e tenho partilhado contigo coisas muito importantes da minha vida, querendo simultaneamente que tu, passa após passo, sejas parte da minha como duas tábuas de madeira, margem uma da outra que, que como duas peças de puzzle só se ligam entre si. Vamos viajar, abraçar os segundos e os lumes, as horas e as paisagens, os momentos e as emoções.
Vamos, simplesmente porque somos, cada vez mais*
Ainda assim, referindo-me às viagens literais, pegaria em ti neste instante, iria perder-me contigo por esses destinos a descobrir, descobrindo ainda mais de nós, construindo ainda mais a eterna viagem que somos. Tenho vontade de regressar à estrada contigo, olhar-te entre as paisagens e as mudanças de velocidade, sorrir-te sem tu dares conta, dar-te a mão em forma de união, mudar de música ao sabor do céu, ao sabor da paisagem e ao sabor das emoções. Ir simplesmente porque sim, por vivermos e por sentirmos.
Temos vivido muito e tenho partilhado contigo coisas muito importantes da minha vida, querendo simultaneamente que tu, passa após passo, sejas parte da minha como duas tábuas de madeira, margem uma da outra que, que como duas peças de puzzle só se ligam entre si. Vamos viajar, abraçar os segundos e os lumes, as horas e as paisagens, os momentos e as emoções.
Vamos, simplesmente porque somos, cada vez mais*
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Lume.
Vai chegando o Inverno e os dias vão ficando mais curtos e mais gélidos. Vai chegando provavelmente a época do ano em que o lume adquire um significado especial não só pela mistura celestial de cores que nos oferece mas pelo que representa quando observado ao lado da pessoas que mais representa para nós. É a época daquele abraço ainda mais quente, de dar as mãos de forma ainda mais entrelaçada, de olhar os olhos diante de nós e ver a dança de formas que a chama da lareira consegue inventar ao sabor de químicas e do amor. Não consigo porém explicar o porquê de dar tanta importância a uma simples chama, a um simples lume, mágico nos azuis, laranjas, amarelos e vermelhos que inventa prendendo a nossa atenção, libertando a nossa imaginação, pedindo um corpo mais perto, desejando um abraço eterno, como se na imprevisibilidade de uma chama estivesse tudo quanto precisamos para alcançar uma harmonia perfeita. Talvez não faça sentido perder-me em palavras a definir a minha paixão pelo lume de uma lareira, quando no fundo o que eu quero é sentar-me ao teu lado num simples tapete, num mero chão, envolver-nos num cobertor, abraçar-te apaixonadamente e desfrutar de um simples momento de mil cores numa só emoção.
Talvez o Inverno me chame a passear contigo envolvidos em cachecóis e casacos ultra quentes e a desfrutar de uma forma diferente das palpitações interiores e do calor que não arrefece naquilo que sentimos, dentro do nosso gosto particular em desfrutar da subtileza das pequenas coisas tornando-as grandes momentos em toda a medida, inesquecíveis. Sorriremos iluminados pelas luzes de natal com que a cidade tratará de nos iluminar em breve, navegaremos pelas ruas trocando olhares que já nos são tão característicos e tão nossos e recordaremos os dias passados em que olhando de umas escadas para as árvores “ apagadas “ do Rossio dizíamos: espero em breve passear por estas ruas, de mão dada, do teu lado, partilhando o mesmo sentimento comum. E o nosso lume chegou.
Palpita-me neste momento o coração com vontade pegar em 2 ou 3 pedaços de lenha e acender uma fogueira para nós, olhar para os teus olhos reluzentes como um espelho da mágica química da combustão, e dizer-te mais uma vez através de gestos, palavras ou simples olhares, o quanto tu és importante para mim, o quanto eu te imagino em todas as minhas estações e o quanto eu te quero aquecer nos teus Invernos, com a minha presença e com o que sinto, cada vez mais.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina na perfeição o que sinto ao ver o lume.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina a magia do que somos. Mas se a há…
Somos.
Abraça-me forte*
Talvez o Inverno me chame a passear contigo envolvidos em cachecóis e casacos ultra quentes e a desfrutar de uma forma diferente das palpitações interiores e do calor que não arrefece naquilo que sentimos, dentro do nosso gosto particular em desfrutar da subtileza das pequenas coisas tornando-as grandes momentos em toda a medida, inesquecíveis. Sorriremos iluminados pelas luzes de natal com que a cidade tratará de nos iluminar em breve, navegaremos pelas ruas trocando olhares que já nos são tão característicos e tão nossos e recordaremos os dias passados em que olhando de umas escadas para as árvores “ apagadas “ do Rossio dizíamos: espero em breve passear por estas ruas, de mão dada, do teu lado, partilhando o mesmo sentimento comum. E o nosso lume chegou.
Palpita-me neste momento o coração com vontade pegar em 2 ou 3 pedaços de lenha e acender uma fogueira para nós, olhar para os teus olhos reluzentes como um espelho da mágica química da combustão, e dizer-te mais uma vez através de gestos, palavras ou simples olhares, o quanto tu és importante para mim, o quanto eu te imagino em todas as minhas estações e o quanto eu te quero aquecer nos teus Invernos, com a minha presença e com o que sinto, cada vez mais.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina na perfeição o que sinto ao ver o lume.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina a magia do que somos. Mas se a há…
Somos.
Abraça-me forte*
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A todos, a ti, o Gerês.
Achei por bem não deixar as palavras e as emoções guardadas dentro de mim e decidi através delas relembrar e eternizar o fim-de-semana do Gerês. Talvez seja difícil nos dias de hoje encontrar pessoas que consigam desfrutar do mais primitivo e natural com uma sensibilidade e entrega em absoluto desprendimento. Talvez seja raro nas alucinantes corridas da sociedade nas quais vamos passando encontrar quem fortaleça laços, amizades e paixões numa simples montanha, numa simples aldeia submersa, numa simples paisagem granítica, numa simples visão contemplativa do mundo, numa simples escarpa ao mesmo tempo harmoniosa e fatal. Tivemos a simples e humilde capacidade de o fazer nas horas que passámos juntos. Talvez sem nos apercebermos, voltámos diferentes, conhecemos mais o mundo e a nós mesmos e mesmo parecendo isto só teoria, na prática voltámos com uma enorme vontade de lá ficar. Das situações mais interessantes e que recordo com particular nostalgia é o facto de em grande parte do dia quase nos guiarmos pelo sol e não pelas horas propriamente ditas. O dia era nosso, a montanha “ era nossa “, estávamos entregues a nós mesmos e aos trilhos que fossemos optando. Dou particular valor à capacidade que as pessoas têm de se unir, reunir, decidir e viver. De facto fomos uma união transformada em vivência.
Talvez os dias sejam efectivamente o menos importante no meio da recordação, mas sim os momentos vividos com uma subtileza e naturalidade absolutamente fascinante. Desde a viagem para a norte, a curiosidade e vontade de lá chegar, os pontinhos vermelhos no horizonte, as músicas lamexo-apaixonantes, os momentos de paródia em jogos de mímicas, os passeios, as ascensões, o simples olhar em redor, o simples abraço à pessoa mais especial, a simples busca pela fotografia perfeita, o simples amanhecer, o simples entardecer, o simples anoitecer, o colossal céu estrelado que estava na primeira noite onde se decifravam dezenas de constelações que nos faziam reluzir com a convicção de que, abandonar o mundo citadino para nos entregarmos a este mundo real, fazia todo o sentido do mundo.
Queria desta forma, agradecer a todos sem excepção, terem partilhado comigo uma das viagens mais fantásticas da minha vida, em todos os sentidos. Recordo com nostalgia e desejo de voltar, todos os momentos que inventamos no diário da nossa viagem. Por fim, queria agradecer-te em particular a ti, que após longas travessias no deserto com uma mochila carregada de esperanças , hoje em dia caminho contigo, de mão dada e entrelaçada. Nesse caminho tive oportunidade de conhecer todas estas pessoas fantásticas e com elas partilhar também parte do que somos. Considero-me um sortudo, por os caminhos da vida nos terem unido desta forma, tão única e tão especial. Somos.
A todos, foi um prazer cada quilómetro de emoções.
A ti, foi um laço ainda mais fundo que transcende sensações.
Voltemos à estrada.
Talvez os dias sejam efectivamente o menos importante no meio da recordação, mas sim os momentos vividos com uma subtileza e naturalidade absolutamente fascinante. Desde a viagem para a norte, a curiosidade e vontade de lá chegar, os pontinhos vermelhos no horizonte, as músicas lamexo-apaixonantes, os momentos de paródia em jogos de mímicas, os passeios, as ascensões, o simples olhar em redor, o simples abraço à pessoa mais especial, a simples busca pela fotografia perfeita, o simples amanhecer, o simples entardecer, o simples anoitecer, o colossal céu estrelado que estava na primeira noite onde se decifravam dezenas de constelações que nos faziam reluzir com a convicção de que, abandonar o mundo citadino para nos entregarmos a este mundo real, fazia todo o sentido do mundo.
Queria desta forma, agradecer a todos sem excepção, terem partilhado comigo uma das viagens mais fantásticas da minha vida, em todos os sentidos. Recordo com nostalgia e desejo de voltar, todos os momentos que inventamos no diário da nossa viagem. Por fim, queria agradecer-te em particular a ti, que após longas travessias no deserto com uma mochila carregada de esperanças , hoje em dia caminho contigo, de mão dada e entrelaçada. Nesse caminho tive oportunidade de conhecer todas estas pessoas fantásticas e com elas partilhar também parte do que somos. Considero-me um sortudo, por os caminhos da vida nos terem unido desta forma, tão única e tão especial. Somos.
A todos, foi um prazer cada quilómetro de emoções.
A ti, foi um laço ainda mais fundo que transcende sensações.
Voltemos à estrada.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Fazer valer.
Talvez seja também em horas mais agitadas que somos a definição de ombro, cara-metade, pedaço de tudo e pedaço de nós mesmos. Talvez nem sempre consigamos ter a palavra solução no momento, talvez necessitemos de ficar simplesmente ali disponíveis na certeza que a outra metade irá precisar de nós, irá desejar um abraço forte e que no fundo somos uma espécie de abrigo sempre esperando e trazendo a calma, gesto após gesto.
Relembro agora a minha definição de amar, talvez actualmente ultrapassada, ou então não, amar efectivamente é estar lá quando as cordas onde caminhamos vibram repentinamente, dar a mão, apertar com força em forma de “ estou aqui “, participar do equilíbrio do outro, do equilíbrio comum, de forma a que uma caminhada a dois no trapézio da vida seja ver e sentir as coisas de um outro nível, e serem no fundo os dois, uma espécie de mundo num só.
Amar efectivamente não é só saber navegar com alguém quando o mar está sem ondas, é equilibrar emoções nas vagas imprevisíveis segurando com muita força quem queremos levar do nosso lado, sem deixar que em nenhum momento se afunde a nossa esperança de partilhar a vida nessa viagem.
Quero desta forma dizer que estou do teu lado em todos os oceanos, nos nórdicos e gelados, nos mais temperados dos trópicos e até mesmo nos equatoriais. Em todas emoções, em todos os momentos em que, lembrando, fazemos valer a pena. Somos um mundo que transcende a generalidade de tudo.
Sabemos o que somos. Sabemos na perfeição.
Sabemos de coração.
Relembro agora a minha definição de amar, talvez actualmente ultrapassada, ou então não, amar efectivamente é estar lá quando as cordas onde caminhamos vibram repentinamente, dar a mão, apertar com força em forma de “ estou aqui “, participar do equilíbrio do outro, do equilíbrio comum, de forma a que uma caminhada a dois no trapézio da vida seja ver e sentir as coisas de um outro nível, e serem no fundo os dois, uma espécie de mundo num só.
Amar efectivamente não é só saber navegar com alguém quando o mar está sem ondas, é equilibrar emoções nas vagas imprevisíveis segurando com muita força quem queremos levar do nosso lado, sem deixar que em nenhum momento se afunde a nossa esperança de partilhar a vida nessa viagem.
Quero desta forma dizer que estou do teu lado em todos os oceanos, nos nórdicos e gelados, nos mais temperados dos trópicos e até mesmo nos equatoriais. Em todas emoções, em todos os momentos em que, lembrando, fazemos valer a pena. Somos um mundo que transcende a generalidade de tudo.
Sabemos o que somos. Sabemos na perfeição.
Sabemos de coração.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O dia.
Talvez os sonhos tenham o seu momento, a sua hora, a sua circunstância e local, a sua imprevisibilidade e surpresa ao se revelarem. Talvez os meus sonhos, todos os que tenho relatado no meu blog como uma espécie de Diário da Tua Conquista tenham feito sentido. E que sentido. Talvez sonhar atravessando o deserto sem saber se algum dia iria conseguir chegar ao meu destino e ao meu sonho tenha sido de facto a maior travessia da minha vida e estou certo que em nenhum outro momento lutei tanto por um sonho, por alguém, como por ti. Talvez todos aqueles momentos mais dificeis em que te via simplesmente como uma miragem à qual em nenhum segundo virei costas e pelo contrário escalei árduamente na tua direcção me façam sentir agora como me sinto. Como me sinto? Tu sabes! Talvez as lágrimas libertadas no momento que tanto sonhei tenham sido o retrato de tudo o que ia dentro de mim e das minhas emoções.
Talvez seja ridículo dizer isto, mas a minha felicidade é tanta neste momento que se procurar uma forma de extravasar tudo o que sinto, não consigo, fico sem reacção e simplesmente sorrio incessantemente. Proporcionas-te-me a situação mais marcante da minha vida; nunca pensei que um gesto tão simples pudesse ter a repercução que teve em mim, foi simplesmente a coisa mais bonita que alguma vez me fizeram. Ainda agora, neste momento se fechar os olhos tudo me parece surreal e ao mesmo tempo sinto-me embúido num sonho profundo que ainda nem acredito que já é real.
Proponho-me ainda assim a nunca deixar de caminhar, nunca estagnar neste sentimento impressionante que tenho por ti, caminharemos os dois agora, na busca da eterna novidade de cada dia, vendo no inverno o que foi visto no verão, desfrutando às estrelas o que já desfrutámos ao sol, repousando as folhas de outono que havemos de erguer na primavera, trilhando o nosso próprio caminho com todos os sonhos que já partilhámos um com o outro e que fazem tanto sentido serem vividos por nós dois, lado a lado.
Somos, temos dito. Somos efectivamente um pedaço de qualquer coisa que transcende a generalidade do mundo. Somos nós simplesmente.
Porque valorizas as palavras e os gestos,
Feliz*
Talvez seja ridículo dizer isto, mas a minha felicidade é tanta neste momento que se procurar uma forma de extravasar tudo o que sinto, não consigo, fico sem reacção e simplesmente sorrio incessantemente. Proporcionas-te-me a situação mais marcante da minha vida; nunca pensei que um gesto tão simples pudesse ter a repercução que teve em mim, foi simplesmente a coisa mais bonita que alguma vez me fizeram. Ainda agora, neste momento se fechar os olhos tudo me parece surreal e ao mesmo tempo sinto-me embúido num sonho profundo que ainda nem acredito que já é real.
Proponho-me ainda assim a nunca deixar de caminhar, nunca estagnar neste sentimento impressionante que tenho por ti, caminharemos os dois agora, na busca da eterna novidade de cada dia, vendo no inverno o que foi visto no verão, desfrutando às estrelas o que já desfrutámos ao sol, repousando as folhas de outono que havemos de erguer na primavera, trilhando o nosso próprio caminho com todos os sonhos que já partilhámos um com o outro e que fazem tanto sentido serem vividos por nós dois, lado a lado.
Somos, temos dito. Somos efectivamente um pedaço de qualquer coisa que transcende a generalidade do mundo. Somos nós simplesmente.
Porque valorizas as palavras e os gestos,
Feliz*
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Momentos.
E quando as palavras se libertam de nós em forma de desabafo, em jeito de necessidade, em sinal de confiança e partilha, em pedido de um ombro ou de um abraço forte? E quando sentimos que diante dos nossos olhos está um sitio seguro onde podemos segredar e repousar as nossas palavras? E quando desse sitio recebemos tudo o que precisamos: um ouvido, um sorriso, um abraço, uma carícia, e como bónus, um chocolate? É quando sentimos efectivamente que esse sitio é o nosso lugar, que essa pessoa é a outra margem de nós, que nós somos o cais dessa pessoa. Refiro-me obviamente a ti.
Acredito que na maioria das vezes o que conta, é se as pessoas longe ou perto fisicamente, “ estão lá “ ou não nos momentos de maior importância, nos momentos em que mais sentimos necessidade daquele gesto, palavra ou simplesmente silêncio ouvinte. Acredito que com muito maior probabilidade se constroem futuros risonhos partilhando todo o tipo de momentos e estados de espíritos, e acredito que por vezes sem sentirmos, a palma da nossa mão pode ser um pedaço de chão firme, um pequeno lume confortante que a outra margem de nós precise para se aquecer.
Sinto dia após dia, que talvez consiga ser uma espécie de lugar do mundo criado especialmente para ti, particularmente para nós.
Talvez nunca na minha vida as minhas expressões e os meus olhos tivessem falado tanto ao ponto de toda a minha envolvência se aperceber daquilo que eu sinto por ti, dos meus olhos brilharem com a intensidade que brilham sempre que me ocorre a tua existência, o que diga-se, é constante. Pedrinha após pedrinha, vamos construindo o nosso humilde castelo.
Hoje, mais e mais, quero ficar contigo. Somos.
P.S. Ecoa na minha cabeça a música do Leep year. Tu sabes o nome, tu sabes o que sonho*
Acredito que na maioria das vezes o que conta, é se as pessoas longe ou perto fisicamente, “ estão lá “ ou não nos momentos de maior importância, nos momentos em que mais sentimos necessidade daquele gesto, palavra ou simplesmente silêncio ouvinte. Acredito que com muito maior probabilidade se constroem futuros risonhos partilhando todo o tipo de momentos e estados de espíritos, e acredito que por vezes sem sentirmos, a palma da nossa mão pode ser um pedaço de chão firme, um pequeno lume confortante que a outra margem de nós precise para se aquecer.
Sinto dia após dia, que talvez consiga ser uma espécie de lugar do mundo criado especialmente para ti, particularmente para nós.
Talvez nunca na minha vida as minhas expressões e os meus olhos tivessem falado tanto ao ponto de toda a minha envolvência se aperceber daquilo que eu sinto por ti, dos meus olhos brilharem com a intensidade que brilham sempre que me ocorre a tua existência, o que diga-se, é constante. Pedrinha após pedrinha, vamos construindo o nosso humilde castelo.
Hoje, mais e mais, quero ficar contigo. Somos.
P.S. Ecoa na minha cabeça a música do Leep year. Tu sabes o nome, tu sabes o que sonho*
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Sonho em pedido.
Nas asas do sonho rumo ao teu coração. Esta é das frases mais emblemáticas dos últimos dias, pelo menos será das que mais ecoa na minha cabeça como um alerta para que eu não pare nunca de bater as asas. Hoje o mundo parou por instantes, restando somente uma única referência temporal perceptível: o batimento acelerado do meu coração. Talvez hoje seja daqueles dias em que se só nos fosse permitida uma palavra, uma expressão ou um desabafo eu diria, quero-te. Efectivamente vivemos muito mais do que banalidades, transformamos a nossa envolvência em recordações eternas, trilhamos literalmente caminhos lado a lado, partilhamos até os mesmos passos, a mesma cadência, os mesmos olhares , as mesmas confidências, as mesmas paisagens, os mesmos sorrisos e lá no fundo dos mesmos sonhos para o nosso futuro.
Sinto verdadeiramente que temos muito mais a viver e a descobrir do que aquilo que até agora já encontrámos e partilhámos, que já é tanto, e tão mágico. Lembras-te daquele rio ontem? Daquelas montanhas? De uma linha aparentemente abandonada mas cheia de tanto para contar e mostrar? Talvez sejamos uma mistura de tudo isso, pela dimensão da nossa ligação, pelas àguas em que vamos flutuando os dois, pela linha que no fundo, não tem fim.
Talvez nunca te tenha visto sorrir da forma como hoje sorris-te para mim. Efectivamente estavas muito feliz. Os sentidos do mundo decifram-se em momentos como aqueles que nós dois temos o poder de criar. A criação que temos o poder de conceber é muito mais que uma simples emoção. A emoção que temos a capacidade de desfrutar, é o lume que alimenta a minha vontade de te conquistar. Conquistar-te é o maior sonho da minha vida.
Vamos criar o nosso próprio trilho, vamos trilhar o nosso próprio caminho, vamos caminhar nos nossos próprios sonhos, vamos sonhar com a nossa vida, vamos viver um junto do outro.
Que o mundo , esse por onde caminhamos lado a lado, seja testemunha da vontade que tenho de fazer de ti a mulher mais feliz do mundo*
Dá-me a tua mão*
Sinto verdadeiramente que temos muito mais a viver e a descobrir do que aquilo que até agora já encontrámos e partilhámos, que já é tanto, e tão mágico. Lembras-te daquele rio ontem? Daquelas montanhas? De uma linha aparentemente abandonada mas cheia de tanto para contar e mostrar? Talvez sejamos uma mistura de tudo isso, pela dimensão da nossa ligação, pelas àguas em que vamos flutuando os dois, pela linha que no fundo, não tem fim.
Talvez nunca te tenha visto sorrir da forma como hoje sorris-te para mim. Efectivamente estavas muito feliz. Os sentidos do mundo decifram-se em momentos como aqueles que nós dois temos o poder de criar. A criação que temos o poder de conceber é muito mais que uma simples emoção. A emoção que temos a capacidade de desfrutar, é o lume que alimenta a minha vontade de te conquistar. Conquistar-te é o maior sonho da minha vida.
Vamos criar o nosso próprio trilho, vamos trilhar o nosso próprio caminho, vamos caminhar nos nossos próprios sonhos, vamos sonhar com a nossa vida, vamos viver um junto do outro.
Que o mundo , esse por onde caminhamos lado a lado, seja testemunha da vontade que tenho de fazer de ti a mulher mais feliz do mundo*
Dá-me a tua mão*
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
O rapaz caminhante.

Era uma vez um rapaz profundamente desconectado das futilidades emocionais dos dias de hoje, que vagueava pelo mundo convicto dos seus valores perante o lado sentimental e sonhador de cada um de nós, que de súbito, surpreendido por uma dádiva da vida ou simplesmente do acaso, decidiu realizar a viagem mais importante que alguma vez havia idealizado. Não daquelas viagens onde se somam quilómetros e cenários, mas sim daquelas viagens em busca de uma das coisas mais importantes da nossa existência enquanto seres afectivos. O amor.
Talvez essa seja a travessia mais difícil que fazemos na vida, talvez a mais longa, talvez a mais dura, mas sem qualquer espécie de dúvida é a viagem mais bonita que alguma vez podemos empreender. O rapaz, consciente que este percurso poderia implicar a passagem por vários tipos de realidades e percalços, avanços e recuos, realidades e magias, muniu-se da sua mochila de caminhada, da sua tenda para retemperar e recuperar energia e ânimos mais tristes, do seu cantil de emoções, do seu pequeno fogão de poesia e palavras calorosas e da sua imensa vontade e desejo de concretizar os seus sonhos conquistando por fim a mulher que tanto o faz acreditar que a maior felicidade da sua vida será caminhar nos trilhos futuros ao seu lado. Assim, se fez à estrada.
Como previamente havia pensado, uma das maiores dificuldades nas viagens de um caminhante são as imprevisibilidades meteorológicas que tantas vezes no ramo afectivo tentam dificultar o nosso caminho. O rapaz, fixado no seu objectivo e embora prefira ver sempre o sol a brilhar diante dos seus olhos e dos seus braços, preparou-se interiormente para os dias de chuva, de nuvens, de frio, de ausência e de saudade. Em nenhum momento passou pela cabeça do rapaz dar um único passo atrás, muito pelo contrário, em cada momento de aguaceiros procurava avançar até ao próximo porto seguro onde pudesse encontrar um gesto de conforto e carinho. Bebia então emoções, aquecia-se de poemas e dormia nos sonhos de um dia de sol.
Feliz e desejoso de partilhar os seus pequenos utensílios com o seu sonho, prometeu a si mesmo que se conseguir levar a sua viagem ao sucesso, tornará os dias da sua apaixonante vida eternas surpresas que voam como balões, com o encanto de um simples por do sol, com a loucura de jantar á beira-mar, com a magnificência de uma vista de pico de montanha, com a ligação de dois viajantes que se perdem entre olhares e sentimentos.
Já após várias semanas de viagem, o rapaz encontrou uma misteriosa porta no meio do deserto, a qual pode contornar, circundar, contemplar, mas algo lhe diz que é por ali que ele tem de ficar e que diante dele está a passagem para os seus sonhos. Agora a viagem será outra. Para que conste, o lume do seu fogão subitamente não se esgota neste local, bem como diante da porta existe uma pequenina nascente que alimenta o seu cantil nos momentos de maior saudade. O rapaz decidiu que iria tentar entrar.
Hoje em dia, o rapaz continua a morar na sua tenda sentimental bem juntinho da porta, percorrendo ao longo dos dias a sua envolvência e tentando com o lume do seu fogão moldar a chave de um coração. Hoje o rapaz recorda toda a viagem já realizada, todas as chuvas, todos os sóis, e diz: Hei, ouves-me desse lado? Dormirei aqui ao relento, com o lume do teu coração, até a chave abrir. Espero por ti. Boa noite sonho. Gosto de ti*
Talvez essa seja a travessia mais difícil que fazemos na vida, talvez a mais longa, talvez a mais dura, mas sem qualquer espécie de dúvida é a viagem mais bonita que alguma vez podemos empreender. O rapaz, consciente que este percurso poderia implicar a passagem por vários tipos de realidades e percalços, avanços e recuos, realidades e magias, muniu-se da sua mochila de caminhada, da sua tenda para retemperar e recuperar energia e ânimos mais tristes, do seu cantil de emoções, do seu pequeno fogão de poesia e palavras calorosas e da sua imensa vontade e desejo de concretizar os seus sonhos conquistando por fim a mulher que tanto o faz acreditar que a maior felicidade da sua vida será caminhar nos trilhos futuros ao seu lado. Assim, se fez à estrada.
Como previamente havia pensado, uma das maiores dificuldades nas viagens de um caminhante são as imprevisibilidades meteorológicas que tantas vezes no ramo afectivo tentam dificultar o nosso caminho. O rapaz, fixado no seu objectivo e embora prefira ver sempre o sol a brilhar diante dos seus olhos e dos seus braços, preparou-se interiormente para os dias de chuva, de nuvens, de frio, de ausência e de saudade. Em nenhum momento passou pela cabeça do rapaz dar um único passo atrás, muito pelo contrário, em cada momento de aguaceiros procurava avançar até ao próximo porto seguro onde pudesse encontrar um gesto de conforto e carinho. Bebia então emoções, aquecia-se de poemas e dormia nos sonhos de um dia de sol.
Feliz e desejoso de partilhar os seus pequenos utensílios com o seu sonho, prometeu a si mesmo que se conseguir levar a sua viagem ao sucesso, tornará os dias da sua apaixonante vida eternas surpresas que voam como balões, com o encanto de um simples por do sol, com a loucura de jantar á beira-mar, com a magnificência de uma vista de pico de montanha, com a ligação de dois viajantes que se perdem entre olhares e sentimentos.
Já após várias semanas de viagem, o rapaz encontrou uma misteriosa porta no meio do deserto, a qual pode contornar, circundar, contemplar, mas algo lhe diz que é por ali que ele tem de ficar e que diante dele está a passagem para os seus sonhos. Agora a viagem será outra. Para que conste, o lume do seu fogão subitamente não se esgota neste local, bem como diante da porta existe uma pequenina nascente que alimenta o seu cantil nos momentos de maior saudade. O rapaz decidiu que iria tentar entrar.
Hoje em dia, o rapaz continua a morar na sua tenda sentimental bem juntinho da porta, percorrendo ao longo dos dias a sua envolvência e tentando com o lume do seu fogão moldar a chave de um coração. Hoje o rapaz recorda toda a viagem já realizada, todas as chuvas, todos os sóis, e diz: Hei, ouves-me desse lado? Dormirei aqui ao relento, com o lume do teu coração, até a chave abrir. Espero por ti. Boa noite sonho. Gosto de ti*
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Finalmente.
Se calhar tudo na vida tem a altura certa de acontecer e ainda mais acredito que o acontecer ou não, depende de nós e dos nossos actos em parte, e de conjugações que nos transcendem e ultrapassam em última instância. Provavelmente só agora estaria definido que eu entraria no curso a que no fundo sempre estive destinado, tendo depositado nessa área grande parte dos momentos da minha infância, adolescência e inicio de idade adulta.
Sem dúvida que dissociar a minha vida da prática desportiva seria uma hipocrisia e uma completa falsidade. Enquanto vivo tenho a capacidade de definir o meu próprio caminho, encontrar os trilhos onde os meus passos de facto encaixam, e a partir daí, escrever com dedicação e luta a minha própria história.
Hoje efectivamente sinto-me renascido, conjugação de vários factores da minha vida, que curiosamente se decidiram reunir-se na mesma época, como quem me diz: “ Está na altura de seres efectivamente humano emocional, vive, luta, desfruta “. É certo que ainda tenho um longo caminho pela frente, para nas diferentes batalhas conseguir almejar o sucesso e a felicidade, mas sinto-me confiante, mais do que nunca. Acima de tudo sinto-me estável e se fechar os olhos tentando vislumbrar um rasgo do meu futuro consigo imaginar-me a desfrutar dos sonhos que agora tenho. Irei lutar, muito, com esperança de um dia poder recompensar aqueles que sempre me ampararam nos momentos de dispersão.
Além de memórias passadas, tenho também recordações bem presentes de quem tem marcado estes dias da minha vida, fazendo parte talvez da mudança mais efectiva pela qual passei e consequência da qual espero obter frutos deliciosos. Quero partilhar contigo as lutas da minha vida e fazer parte das tuas próprias batalhas. Tu sabes. Tudo tem ganho outra cor com a tua existência. Sonharei e lutarei.
Não esqueço também todos os colegas e amigos que deixei nos últimos 3 anos espalhados pelo país. Fazem parte daquilo que hoje sou.
Hoje, orgulho-me em dizer que finalmente, finalmente, sou estudante de Desporto.
Hoje sorrio por partilhar dos melhores dias da minha vida contigo.
Sem dúvida que dissociar a minha vida da prática desportiva seria uma hipocrisia e uma completa falsidade. Enquanto vivo tenho a capacidade de definir o meu próprio caminho, encontrar os trilhos onde os meus passos de facto encaixam, e a partir daí, escrever com dedicação e luta a minha própria história.
Hoje efectivamente sinto-me renascido, conjugação de vários factores da minha vida, que curiosamente se decidiram reunir-se na mesma época, como quem me diz: “ Está na altura de seres efectivamente humano emocional, vive, luta, desfruta “. É certo que ainda tenho um longo caminho pela frente, para nas diferentes batalhas conseguir almejar o sucesso e a felicidade, mas sinto-me confiante, mais do que nunca. Acima de tudo sinto-me estável e se fechar os olhos tentando vislumbrar um rasgo do meu futuro consigo imaginar-me a desfrutar dos sonhos que agora tenho. Irei lutar, muito, com esperança de um dia poder recompensar aqueles que sempre me ampararam nos momentos de dispersão.
Além de memórias passadas, tenho também recordações bem presentes de quem tem marcado estes dias da minha vida, fazendo parte talvez da mudança mais efectiva pela qual passei e consequência da qual espero obter frutos deliciosos. Quero partilhar contigo as lutas da minha vida e fazer parte das tuas próprias batalhas. Tu sabes. Tudo tem ganho outra cor com a tua existência. Sonharei e lutarei.
Não esqueço também todos os colegas e amigos que deixei nos últimos 3 anos espalhados pelo país. Fazem parte daquilo que hoje sou.
Hoje, orgulho-me em dizer que finalmente, finalmente, sou estudante de Desporto.
Hoje sorrio por partilhar dos melhores dias da minha vida contigo.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
O tempo.
Teimamos demasiadas vezes enquanto seres dotados de capacidade de decisão, deixar para o dia de amanhã aquilo que podemos fazer hoje, não me refiro somente ao sentido literal da questão, mas a todo o tipo de acções e circunstâncias que insistimos em adiar, na esperança que chegue o dia determinado para determinada coisa. O tempo talvez seja o rótulo mais destrutivo da sociedade na medida em que nos obriga a correr como velocistas anti-emocionais impedindo-nos de no momento certo termos a capacidade de dizer, não é para amanhã, é para agora. Não gosto nem nunca gostarei de desperdiçar oportunidades de dizer o que quero dizer, de fazer o que quero fazer, de ir onde no fundo tenho de ir, porque efectivamente e nada é mais certo do que isso, não sei e não sabemos quanto tempo temos.
Não considero este um ponto de vista negativista da forma como a vida se processa, muito pelo contrário, até porque se sonhamos e queremos mesmo realizar os nossos sonhos convém que trabalhemos com afinco no sentido de criar condições para que algum dia eles se decidam a chegar. Não gosto de sentir que podia ter dito aquela palavra e fiquei em silêncio, tão pouco gosto de sentir que podia ter dado aquele abraço e não cheguei mais perto. Um dia, pode ser tarde. Talvez queiramos recuperar o que deixámos escapar entre os dedos, talvez queiramos agarrar aquela oportunidade que tanto tempo esteve diante dos nossos olhos e agora só vemos o vazio.
Nesse sentido, sei que aproveito todos os segundos, para soletrar emoção a emoção tudo aquilo que sinto, nem sequer pondero não dizer porque se existe é para ser dito e se não fosse para ser dito é porque nem sequer existia e não passava de alucinação. Insisto, nesta cronologia de acontecimentos, não deixar um espaço em branco que podia estar completo, porque tal como ás páginas em branco precisam ser escritas pela vida, a vida é feita de segundos vazios ainda por preencher.
Sonho. Talvez ocupe grande parte dos meus fragmentos de tempo a sonhar, e enquanto assim for, ocuparei os outros fragmentos a lutar por todos os sonhos da minha vida, talvez alimentado pela consciência de que sou capaz de corresponder a todos esses desejos. Como dizia um autor, “não tenhamos pressa, mas não percamos tempo “. Não sei se esperarei um, dois ou vinte anos, mas esperarei o tempo que o tempo me quiser dar. Faz todo o sentido, por exemplo, lutar e esperar por ti.
Não considero este um ponto de vista negativista da forma como a vida se processa, muito pelo contrário, até porque se sonhamos e queremos mesmo realizar os nossos sonhos convém que trabalhemos com afinco no sentido de criar condições para que algum dia eles se decidam a chegar. Não gosto de sentir que podia ter dito aquela palavra e fiquei em silêncio, tão pouco gosto de sentir que podia ter dado aquele abraço e não cheguei mais perto. Um dia, pode ser tarde. Talvez queiramos recuperar o que deixámos escapar entre os dedos, talvez queiramos agarrar aquela oportunidade que tanto tempo esteve diante dos nossos olhos e agora só vemos o vazio.
Nesse sentido, sei que aproveito todos os segundos, para soletrar emoção a emoção tudo aquilo que sinto, nem sequer pondero não dizer porque se existe é para ser dito e se não fosse para ser dito é porque nem sequer existia e não passava de alucinação. Insisto, nesta cronologia de acontecimentos, não deixar um espaço em branco que podia estar completo, porque tal como ás páginas em branco precisam ser escritas pela vida, a vida é feita de segundos vazios ainda por preencher.
Sonho. Talvez ocupe grande parte dos meus fragmentos de tempo a sonhar, e enquanto assim for, ocuparei os outros fragmentos a lutar por todos os sonhos da minha vida, talvez alimentado pela consciência de que sou capaz de corresponder a todos esses desejos. Como dizia um autor, “não tenhamos pressa, mas não percamos tempo “. Não sei se esperarei um, dois ou vinte anos, mas esperarei o tempo que o tempo me quiser dar. Faz todo o sentido, por exemplo, lutar e esperar por ti.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Outras Viagens.
Existem certos momentos da vida em que ela de facto nos surpreende contrariando as previsibilidades e tornando de facto as pequenas coisas ou chamemos-lhe pequenas viagens, únicas. Talvez haja de facto viagens que se fazem sem sequer sair do mesmo espaço, sem sequer abandonar aquele instante que em forma temporal se chama segundo e sem ser necessário para alcançar o destino mais que um olhar sincero, que não se desviando penetra em nós de forma desértica, amazónica, ficando ali , naquele fragmento de tempo e espaço, a imensidão ao dispor dos passos dos nossos sonhos. O mundo por vezes está tão perto, tão dentro de nós mesmos, tão dentro do que está diante dos nossos olhos, que por vezes até receamos abraçar intensamente o caminho que queremos para nós.
Longe das selváticas auto-estradas, dos trilhos montanhosos em forma serpente, efectivamente deslumbrantes, das rectas fascinantemente monótonas das planícies, há espaços que se tornam paraísos da emoção, para onde viajar adquire uma dimensão que nos transforma em voadores, alpinistas, meros caminhantes do sentir, do desfrutar, do absorver, do sonhar e do realizar. Talvez nestas viagens em que caminhamos com os sonhos sem pensar nos destinos, descubramos que se queremos realizar sonhos, tenhamos de os acompanhar a fim de os conhecer, de nos darmos a conhecer também a nós, para por fim, os podermos finalmente conquistar. Talvez um simples abraço seja um percurso inesquecível.
Sabemos que viagens destas podem não ser horárias, nem sequer diárias, nem precisam de o ser, viagens destas, quando vividas perduram por horas e dias consecutivos como batimentos cardíacos, um atrás do outro, a dar-nos razões para que a vida faça realmente sentido e para que o sentido não seja só consequência do batimento de um, nem tão pouco do batimento do outro, mas resultante do batimento dos dois. Há momentos que não merecem explicação, e que têm o poder de em simultâneo suspender e acelerar os ponteiros do tempo. Há viagens que de facto são momentos, e que um a um, nos fazem sonhar ainda mais.
A vida também é feita destas viagens transformadoras de sentimentos e afectos que nem sempre as paisagens precisam de engrandecer. Bastamos nós para tornar imensos os pequenos espaços, as pequenas coisas, as pequenas chamas, os pequenos sonhos e os pequenos segundos que quem dera, fossem sempre longas horas. Sonho transformar e multiplicar sentimentos em ti, viajar por toda a espécie de viagens, as literais e as emocionais, para que mais do que caminhar ao lado de ti, te possa dar a mão, rumo a um mesmo sonho comum. Vem viajar.
Longe das selváticas auto-estradas, dos trilhos montanhosos em forma serpente, efectivamente deslumbrantes, das rectas fascinantemente monótonas das planícies, há espaços que se tornam paraísos da emoção, para onde viajar adquire uma dimensão que nos transforma em voadores, alpinistas, meros caminhantes do sentir, do desfrutar, do absorver, do sonhar e do realizar. Talvez nestas viagens em que caminhamos com os sonhos sem pensar nos destinos, descubramos que se queremos realizar sonhos, tenhamos de os acompanhar a fim de os conhecer, de nos darmos a conhecer também a nós, para por fim, os podermos finalmente conquistar. Talvez um simples abraço seja um percurso inesquecível.
Sabemos que viagens destas podem não ser horárias, nem sequer diárias, nem precisam de o ser, viagens destas, quando vividas perduram por horas e dias consecutivos como batimentos cardíacos, um atrás do outro, a dar-nos razões para que a vida faça realmente sentido e para que o sentido não seja só consequência do batimento de um, nem tão pouco do batimento do outro, mas resultante do batimento dos dois. Há momentos que não merecem explicação, e que têm o poder de em simultâneo suspender e acelerar os ponteiros do tempo. Há viagens que de facto são momentos, e que um a um, nos fazem sonhar ainda mais.
A vida também é feita destas viagens transformadoras de sentimentos e afectos que nem sempre as paisagens precisam de engrandecer. Bastamos nós para tornar imensos os pequenos espaços, as pequenas coisas, as pequenas chamas, os pequenos sonhos e os pequenos segundos que quem dera, fossem sempre longas horas. Sonho transformar e multiplicar sentimentos em ti, viajar por toda a espécie de viagens, as literais e as emocionais, para que mais do que caminhar ao lado de ti, te possa dar a mão, rumo a um mesmo sonho comum. Vem viajar.
domingo, 11 de setembro de 2011
A carta que tinha de te escrever.
Se tivesse de neste momento confessar o momento da minha vida em que mais me senti surpreendido ao conhecer uma pessoa, não hesitaria em dizer que foi o momento em que te conheci. Estaria horas se fosse possível para te descrever, na tua capacidade de conseguir colocar as coisas no devido lugar, na tua sensibilidade de colocar os lugares nas suas importâncias, e na tua forma de transformares as importâncias em momentos. Foste, até hoje, a pessoa mais pragmática e directa que conheci nas encruzilhadas da vida, capaz de interpretar as realidades como elas efectivamente são e agir em conformidade com a tua forma de ser, os teus valores, e aquilo em que acreditas, sem te venderes às ideias gratuitas e descartáveis da generalidade das pessoas que se vão cruzando connosco.
Tens sonhos, tens ambições, e mais do que isso, tens um crença enorme em ti que se sente na energia que irradias e transferes para quem está do teu lado e na força que consegues transmitir. Fascinante no meio de tudo isto que já vou dizendo, é sentir que no fundo, tens um absurdo carinho por aqueles que te rodeiam e te envolvem, ainda que nem sempre o demonstres da forma mais literal, mas no fundo é da forma mais genuína, porque és efectivamente tu.
Tens uma capacidade fascinante de me tocar nas minhas quebras e nos meus picos. É díficil por vezes compreender-me e estar "lá" quando realmente preciso daquele abraço, daquele gesto, daquela palavra e daquele olhar, mas tu consegues decifrar-me nas minhas fraquezas, nos meus sonhos, nas minhas viagens, nas minhas ambições. Sonhei, desde que me lembro de sonhar, encontrar uma mulher que não fosse egoísta e quisesse partilhar comigo todas as dimensões da vida, que por vezes é tão complicada e na qual tanto precisamos de carinho. Sonhei encontrar aquela pessoa que sabe quando preciso do abraço intenso. Sonhei eu próprio estar "lá" para a elevar das quebras tão constantes no caminho que percorremos diariamente. Sonhei efectivamente amar, que é isso, mais do que tudo. Sonhei, quase toda a vida, fazer uma viagem como a que fiz contigo, como sendo a primeira de muitas.
Nunca deixes de ser a pessoa que és, com todas as virtudes e defeitos que possas ter. Sonhei desde sempre encontrar uma pessoa como tu, e encontrei-te.
Sonho que os meus sonhos sejam os teus também.
Quero fazer-te feliz*
Tens sonhos, tens ambições, e mais do que isso, tens um crença enorme em ti que se sente na energia que irradias e transferes para quem está do teu lado e na força que consegues transmitir. Fascinante no meio de tudo isto que já vou dizendo, é sentir que no fundo, tens um absurdo carinho por aqueles que te rodeiam e te envolvem, ainda que nem sempre o demonstres da forma mais literal, mas no fundo é da forma mais genuína, porque és efectivamente tu.
Tens uma capacidade fascinante de me tocar nas minhas quebras e nos meus picos. É díficil por vezes compreender-me e estar "lá" quando realmente preciso daquele abraço, daquele gesto, daquela palavra e daquele olhar, mas tu consegues decifrar-me nas minhas fraquezas, nos meus sonhos, nas minhas viagens, nas minhas ambições. Sonhei, desde que me lembro de sonhar, encontrar uma mulher que não fosse egoísta e quisesse partilhar comigo todas as dimensões da vida, que por vezes é tão complicada e na qual tanto precisamos de carinho. Sonhei encontrar aquela pessoa que sabe quando preciso do abraço intenso. Sonhei eu próprio estar "lá" para a elevar das quebras tão constantes no caminho que percorremos diariamente. Sonhei efectivamente amar, que é isso, mais do que tudo. Sonhei, quase toda a vida, fazer uma viagem como a que fiz contigo, como sendo a primeira de muitas.
Nunca deixes de ser a pessoa que és, com todas as virtudes e defeitos que possas ter. Sonhei desde sempre encontrar uma pessoa como tu, e encontrei-te.
Sonho que os meus sonhos sejam os teus também.
Quero fazer-te feliz*
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Sentidos.
Talvez haja momentos em que os sentidos da vida não mereçam explicação, isto é, se a vida realmente tiver sentidos, embora ainda assim deposite alguma simpatia na teoria que defende que o sentido de todas as coisas está no quão conseguem ser surpreendentes. Talvez haja momentos em que a surpresa bate à porta, entra sem pedir licença e recupera toda a claridade perdida ao longo das rotinas e da lamentável vida de insatisfeitos que geralmente carregamos como um fardo, quando devia ser uma dádiva.
Talvez devessemos repensar diariamente os nossos principios e compreender o porquê de sermos dotados de emoções e sentimentos; talvez esse seja no fundo o sentido de caminharmos dia a dia em busca de novos sóis e novas luas.
Estou certo, sem talvez, que o papel dos sonhos no sentido da vida, é o papel dos sentimentos no sentido dos sonhos: se sentimos, sonhamos, se sonhamos é porque queremos, se queremos iremos lutar, e se lutarmos corremos o positivo risco de que tudo ganhe um novo sentido.
Talvez percamos demasiado tempo parados, inertes, e tempo é tudo aquilo que podemos um dia desejar, precisar e não ter.
Talvez sonhar nos obrigue a continuar a caminhar, a sorrir, a abraçar, a sentir, a olhar e a perceber que as emoções são realmente a única coisa que nos toca e que quando um dia partirmos apenas elas terão o poder de ficar eternamente dentro de nós. Se eu partisse agora, estaria repleto de sentidos, como quem descobriu o mundo num abrir e fechar de olhos. Talvez sentir alguém seja o mais puro sentido de tudo. Talvez olhar-te me tenha feito compreender a vida.
Não quero perder tempo. Não quero queimar segundos, apenas dois me bastariam para dizer, gosto de ti.
Talvez até façamos sentido. Talvez não, Fazemos.
Talvez queira viver a constante surpresa que somos. Talvez não, Quero.
Talvez devessemos repensar diariamente os nossos principios e compreender o porquê de sermos dotados de emoções e sentimentos; talvez esse seja no fundo o sentido de caminharmos dia a dia em busca de novos sóis e novas luas.
Estou certo, sem talvez, que o papel dos sonhos no sentido da vida, é o papel dos sentimentos no sentido dos sonhos: se sentimos, sonhamos, se sonhamos é porque queremos, se queremos iremos lutar, e se lutarmos corremos o positivo risco de que tudo ganhe um novo sentido.
Talvez percamos demasiado tempo parados, inertes, e tempo é tudo aquilo que podemos um dia desejar, precisar e não ter.
Talvez sonhar nos obrigue a continuar a caminhar, a sorrir, a abraçar, a sentir, a olhar e a perceber que as emoções são realmente a única coisa que nos toca e que quando um dia partirmos apenas elas terão o poder de ficar eternamente dentro de nós. Se eu partisse agora, estaria repleto de sentidos, como quem descobriu o mundo num abrir e fechar de olhos. Talvez sentir alguém seja o mais puro sentido de tudo. Talvez olhar-te me tenha feito compreender a vida.
Não quero perder tempo. Não quero queimar segundos, apenas dois me bastariam para dizer, gosto de ti.
Talvez até façamos sentido. Talvez não, Fazemos.
Talvez queira viver a constante surpresa que somos. Talvez não, Quero.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Viagens.
Talvez haja viagens de um dia, que parecem um ano, dignas de uma crónica, talvez mesmo até de um livro, de uma canção ou simplesmente de um lugar eterno na nossa memória. Talvez haja viagens, das simples, sem malas, apenas com duas pessoas dispostas a desfrutar da paisagem, a comunicar muitas vezes mais do que com palavras, com silêncios cortados apenas por sorrisos de olhares trocados. Talvez haja viagens que se sonham de um dia para o outro, e mesmo que o sonho seja pouco, essas viagens são tudo num só trajecto. Talvez sejam viagens que marcam a vida.
Sonhei uma viagem dessas para nós. Uma viagem de dois cúmplices que comunicam mais do que milhares de sentimentos não verbalizando rigorosamente nada. Uma comunicação que transcende o alcance das palavras. Uma comunicação que só está ao nosso alcance, porque há qualquer coisa em nós. Sonhei levar-te, mostrar-te o mundo que pisei, a terra que de certo voltarei a pisar, espero que também na tua presença. Sonhei surpreender-te com lugares mágicos, onde o mundo pára, e onde percebemos que afinal, partir, nem que seja só por um dia, pode ser mais importante do que trinta mil ascensões ao Everest.
Talvez nem trinta mil dias sem falar contigo me fariam esquecer-te. Quero viajar contigo. Quero partilhar sonhos e emoções, vivê-los a teu lado, nessa cúmplicidade caracteristica de jangadas do mesmo oceano. Quero surpreender-te, dia após dia, ser a estrela cadente que nunca estás à espera, e que mesmo quando ausente, volta sempre.
Deixa-te levar, vamos viajar.
Sonhei uma viagem dessas para nós. Uma viagem de dois cúmplices que comunicam mais do que milhares de sentimentos não verbalizando rigorosamente nada. Uma comunicação que transcende o alcance das palavras. Uma comunicação que só está ao nosso alcance, porque há qualquer coisa em nós. Sonhei levar-te, mostrar-te o mundo que pisei, a terra que de certo voltarei a pisar, espero que também na tua presença. Sonhei surpreender-te com lugares mágicos, onde o mundo pára, e onde percebemos que afinal, partir, nem que seja só por um dia, pode ser mais importante do que trinta mil ascensões ao Everest.
Talvez nem trinta mil dias sem falar contigo me fariam esquecer-te. Quero viajar contigo. Quero partilhar sonhos e emoções, vivê-los a teu lado, nessa cúmplicidade caracteristica de jangadas do mesmo oceano. Quero surpreender-te, dia após dia, ser a estrela cadente que nunca estás à espera, e que mesmo quando ausente, volta sempre.
Deixa-te levar, vamos viajar.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O novo lado de mim.
Talvez exista de facto um momento na vida em que simbólicamente passamos uma fronteira perfeitamente definida entre a adolescência e a idade adulta, embora eu tente sempre deixar-me levar pela criança que fui. O mais engraçado, mas ao mesmo tempo redutor e não menos lindíssimo é que me apercebo de toda essa mudança por causa de uma descoberta sentimental, do que talvez será o amor, de que talvez afinal nunca o tenha sentido verdadeiramente, se calhar porque ainda não era a época dele, estaria verde, em processo de amadurecimento e hoje está maduro. Talvez não se possa dizer que outrora as palavras foram usadas em vão, faziam o seu sentido, embora o sentido das coisas é algo que a nossa mente tenta constantemente inventar para justificar uma dada decisão num dado momento. O certo, o indesmentível, é que biologicamente falando, pela primeira vez na vida sinto friozinho na barriga, e se fechar os olhos e der largas à imaginação consigo encontrar-me em todas as partes deste mundo e do outro com essa pessoa do meu lado, embora do meu lado essa pessoa não esteja, nem nesse mundo, nem aqui.
Aqui reside para minha surpresa e estupefacção o argumento que justifica o amadurecimento do que outrora foi verde. Pela primeira vez na vida encontro-me apaixonado na entrada do deserto, sabendo que para a conquistar tenho de fazer a travessia, tendo consciência que a possibilidade de fracasso é grande, e que posso morrer antes do primeiro oásis. Ainda assim, acredito que se não vier ao meu encontro e se encontre por trás de alguma duna, do outro lado do deserto, ela um dia estará à minha espera. O problema do mundo de hoje em dia, é que ninguém espera por ninguém, e assim sendo outra coisa não faria sentido que não fosse partir, porque o caminho faz-se andando. Parti.
Noutra circunstância, do lado anterior da fronteira, teria dado meia volta, teria lamentado, teria seguido outro caminho, mais fácil, e agora mesmo me apercebo que as coisas difíceis dão o verdadeiro sabor e encanto à vida. Não sei se algum dia chegarei ao outro lado do deserto, mas sei que toda esta viagem vale apena, porque duna após duna, a minha mochila fica repleta de vivências que me farão viver de pé, e porque sei que só passo após passo, existirá ainda que remota, a possibilidade de a ter do meu lado. Não é urgente chegar, o que é preciso é viver.
Caminho plenamente consciente de que ela sabe desta minha travessia, mas desconheço se algum dia quererá esperar-me, confortar-me, abraçar-me ou na dimensão mais sonhada das coisas, amar-me. Nunca virei a descobrir isso se parar de caminhar, se evitar as tempestades de areia, se desistir na primeira noite gélida do deserto. É aqui que se torna fácil de explicar e entender esta minha sensação de que pela primeira vez na vida sinto que passei uma barreira sentimental, e que procuro algo verdadeiro, concreto, com o qual valha a pena partilhar o tempo da minha vida, tempo esse que nunca sabemos se pode ser curto demais. Não sabendo quanto tempo há, sonho somente um dia poder fazê-la sentir única, respeitada, acarinhada, ouvida, sentida e amada. Esses são ingredientes fundamentais que levo na minha bagagem nesta esperança que não finda de a encontrar de braços abertos algures no deserto ou nas portas do mundo do outro lado.
Sinto-me hoje em dia liberto do passado.
Sinto-me hoje em dia esperançado com o futuro.
Sinto-me homem, com vontade de te encontrar.
Sinto-me braços, com vontade de te abraçar.
Sinto-me em parte, teu*
Aqui reside para minha surpresa e estupefacção o argumento que justifica o amadurecimento do que outrora foi verde. Pela primeira vez na vida encontro-me apaixonado na entrada do deserto, sabendo que para a conquistar tenho de fazer a travessia, tendo consciência que a possibilidade de fracasso é grande, e que posso morrer antes do primeiro oásis. Ainda assim, acredito que se não vier ao meu encontro e se encontre por trás de alguma duna, do outro lado do deserto, ela um dia estará à minha espera. O problema do mundo de hoje em dia, é que ninguém espera por ninguém, e assim sendo outra coisa não faria sentido que não fosse partir, porque o caminho faz-se andando. Parti.
Noutra circunstância, do lado anterior da fronteira, teria dado meia volta, teria lamentado, teria seguido outro caminho, mais fácil, e agora mesmo me apercebo que as coisas difíceis dão o verdadeiro sabor e encanto à vida. Não sei se algum dia chegarei ao outro lado do deserto, mas sei que toda esta viagem vale apena, porque duna após duna, a minha mochila fica repleta de vivências que me farão viver de pé, e porque sei que só passo após passo, existirá ainda que remota, a possibilidade de a ter do meu lado. Não é urgente chegar, o que é preciso é viver.
Caminho plenamente consciente de que ela sabe desta minha travessia, mas desconheço se algum dia quererá esperar-me, confortar-me, abraçar-me ou na dimensão mais sonhada das coisas, amar-me. Nunca virei a descobrir isso se parar de caminhar, se evitar as tempestades de areia, se desistir na primeira noite gélida do deserto. É aqui que se torna fácil de explicar e entender esta minha sensação de que pela primeira vez na vida sinto que passei uma barreira sentimental, e que procuro algo verdadeiro, concreto, com o qual valha a pena partilhar o tempo da minha vida, tempo esse que nunca sabemos se pode ser curto demais. Não sabendo quanto tempo há, sonho somente um dia poder fazê-la sentir única, respeitada, acarinhada, ouvida, sentida e amada. Esses são ingredientes fundamentais que levo na minha bagagem nesta esperança que não finda de a encontrar de braços abertos algures no deserto ou nas portas do mundo do outro lado.
Sinto-me hoje em dia liberto do passado.
Sinto-me hoje em dia esperançado com o futuro.
Sinto-me homem, com vontade de te encontrar.
Sinto-me braços, com vontade de te abraçar.
Sinto-me em parte, teu*
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A voz do interior.
Talvez haja vozes que nunca devessem falar bem como a existência de outras devia ser uma constante no desenrolar dos nossos conflitos internos, que é como quem diz, os responsáveis pelos nossos passos e decisões. A voz do interior, nunca cheguei a nenhuma conclusão, se será a voz da consciência que convém que tenhamos e nos guia pela vida de acordo com os nossos valores ou se pelo contrário é a voz de um diabo que teima em nos enfraquecer e nos guiar pelos caminhos mais faceis e desertos de conquistas. Ainda assim, entre períodos de monólogo e de silêncio total da referida voz, constatei que graças a ela e a segui-la enquanto falava, atingi os maiores fracassos e desistências na vida, face aos sonhos, ambições e desejos que possuía.
Decidi então distanciar-me de mim mesmo, da minha fraqueza de outrora e escutar essa voz à distância como quem num teatro assiste a uma bela peça, retirando dela lições, se disso a mente for capaz quando por já tantas vezes se limitou a ouvir, de forma ensurdecedora e corrosiva a tal voz, seguindo-a por fraqueza. Percebi, acima de tudo, que o silêncio da voz coincide com o livre arbítrio que possuo no meu dia-a-dia, com os momentos em que me é dada a possibilidade de em consciência agir ou não agir, dizer ou ficar calado, partir ou ficar, sem que nada condicione ou pressione o meu percurso. Encontrei-me nesses momentos de inexistência da voz do interior, a desfrutar das melhores páginas da minha vida.
Ao invés disso, quando aos meus ouvidos, repetidamente como uma cassete estragada, a voz insistia em proclamar as suas opiniões em relação ao que só a mim diz respeito, deparei-me comigo enfraquecido, largado no meio da estrada quando ia em plena viagem, sem futuro e sem saber como desligar a cassete que no fim se congratulava pela minha acção de desistência. Esta talvez tenha sido a primeira de muitas provas que me faz acreditar que a voz do interior não pode ser a voz da consciência, caso contrário, então a nossa conscência é muito fraca e muito pobre.
Tratei de perceber então um pouco de electrónica sentimental e tecnologia sensorial, para que, embora com muita dificuldade, conseguisse calar de vez essa voz que apenas me trouxe noites em claro e derrotas na vida. Agora, não ouvindo rigorosamente nada para além de mim e do silêncio, sou capaz de dizer, eu consigo, eu quero, eu vou, eu luto, eu espero, expressões que outrora teriam rapidamente intercaladas a palavra não.
Graças à minha tentativa de me combater a mim mesmo, e ao cruzamento casual com pessoas que parecem de outro mundo, com uma capacidade brutal de me tocar, consegui conhecer-me numa diferente dimensão e desfrutar de certos sentimentos, sem desistir, sem escolher o caminho mais fácil, sem abdicar do que eu, e não a voz, quero para a minha vida e para ter ao meu lado.
Hoje em dia digo, eu consigo.
Hoje em dia digo, eu vou.
Hoje em dia digo, eu quero.
Hoje em dia digo, eu luto.
Hoje em dia digo, eu espero.
Decidi então distanciar-me de mim mesmo, da minha fraqueza de outrora e escutar essa voz à distância como quem num teatro assiste a uma bela peça, retirando dela lições, se disso a mente for capaz quando por já tantas vezes se limitou a ouvir, de forma ensurdecedora e corrosiva a tal voz, seguindo-a por fraqueza. Percebi, acima de tudo, que o silêncio da voz coincide com o livre arbítrio que possuo no meu dia-a-dia, com os momentos em que me é dada a possibilidade de em consciência agir ou não agir, dizer ou ficar calado, partir ou ficar, sem que nada condicione ou pressione o meu percurso. Encontrei-me nesses momentos de inexistência da voz do interior, a desfrutar das melhores páginas da minha vida.
Ao invés disso, quando aos meus ouvidos, repetidamente como uma cassete estragada, a voz insistia em proclamar as suas opiniões em relação ao que só a mim diz respeito, deparei-me comigo enfraquecido, largado no meio da estrada quando ia em plena viagem, sem futuro e sem saber como desligar a cassete que no fim se congratulava pela minha acção de desistência. Esta talvez tenha sido a primeira de muitas provas que me faz acreditar que a voz do interior não pode ser a voz da consciência, caso contrário, então a nossa conscência é muito fraca e muito pobre.
Tratei de perceber então um pouco de electrónica sentimental e tecnologia sensorial, para que, embora com muita dificuldade, conseguisse calar de vez essa voz que apenas me trouxe noites em claro e derrotas na vida. Agora, não ouvindo rigorosamente nada para além de mim e do silêncio, sou capaz de dizer, eu consigo, eu quero, eu vou, eu luto, eu espero, expressões que outrora teriam rapidamente intercaladas a palavra não.
Graças à minha tentativa de me combater a mim mesmo, e ao cruzamento casual com pessoas que parecem de outro mundo, com uma capacidade brutal de me tocar, consegui conhecer-me numa diferente dimensão e desfrutar de certos sentimentos, sem desistir, sem escolher o caminho mais fácil, sem abdicar do que eu, e não a voz, quero para a minha vida e para ter ao meu lado.
Hoje em dia digo, eu consigo.
Hoje em dia digo, eu vou.
Hoje em dia digo, eu quero.
Hoje em dia digo, eu luto.
Hoje em dia digo, eu espero.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Página em branco.
Talvez a última página das coisas nunca o seja verdadeiramente, talvez por ficar em branco seja aquela que mais tem para nos contar porque a nossa imaginação e os nossos sonhos não cabem em livros, se tão pouco por vezes cabem na vida.
Com isso também a vida não poucas vezes não cabe nos sonhos quer pela positiva, quer pela negativa, no chamado mas nunca esperado efeito surpresa, que de surpreeendente até
amedronta.
Esta página viu as anteriores viajarem numa Jangada de Pedra, que aos olhos da realidade que sempre conhecemos nunca navegaria fosse em que mar fosse, por estar presa a um passado, que nem os homens, nem Deus nem a natureza um dia sonharam separar. A Peninsula Ibérica soltou-se da Europa...
Também a vida tem destes cataclismos inesperados, nunca sonhados, que aos nossos olhos de humanos, só acontecem aos outros, quer pela positiva, quer pela negativa, mais uma vez.
Ficamos à deriva tal como a peninsula, desnorteados, sabendo sempre de onde vimos e até demais, mas nunca para onde vamos nem com que terra iremos chocar, se chocarmos... Obviamente que transpondo a situação para o campo humano, refiro-me às pessoas com quem iremos colidir, se algum dia se chega de facto ao contacto...
É aqui que repescamos a página em branco, a sua disponibilidade e aceitação perante os sonhos que temos e a imaginação que nunca finda, e em que me vejo, não jangada mas homem a navegar na esperança de escrever as minhas próprias linhas num mundo, que de forma surpreendente me mostrou que há destinos e portas apetecíveis.
Ficarei a ler a página em branco, a sonhar, a imaginar, em que porto, eu, jangada, irei repousar e atracar.
Neste caso, simplesmente simbólico, a última página, em branco, é para ti!
Filipe *
Com isso também a vida não poucas vezes não cabe nos sonhos quer pela positiva, quer pela negativa, no chamado mas nunca esperado efeito surpresa, que de surpreeendente até
amedronta.
Esta página viu as anteriores viajarem numa Jangada de Pedra, que aos olhos da realidade que sempre conhecemos nunca navegaria fosse em que mar fosse, por estar presa a um passado, que nem os homens, nem Deus nem a natureza um dia sonharam separar. A Peninsula Ibérica soltou-se da Europa...
Também a vida tem destes cataclismos inesperados, nunca sonhados, que aos nossos olhos de humanos, só acontecem aos outros, quer pela positiva, quer pela negativa, mais uma vez.
Ficamos à deriva tal como a peninsula, desnorteados, sabendo sempre de onde vimos e até demais, mas nunca para onde vamos nem com que terra iremos chocar, se chocarmos... Obviamente que transpondo a situação para o campo humano, refiro-me às pessoas com quem iremos colidir, se algum dia se chega de facto ao contacto...
É aqui que repescamos a página em branco, a sua disponibilidade e aceitação perante os sonhos que temos e a imaginação que nunca finda, e em que me vejo, não jangada mas homem a navegar na esperança de escrever as minhas próprias linhas num mundo, que de forma surpreendente me mostrou que há destinos e portas apetecíveis.
Ficarei a ler a página em branco, a sonhar, a imaginar, em que porto, eu, jangada, irei repousar e atracar.
Neste caso, simplesmente simbólico, a última página, em branco, é para ti!
Filipe *
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Imprevisibilidade.
A imprevisibilidade da vida é uma coisa fascinante. Não fosse isso e talvez vivessemos constantemente embuídos num tédio existencial que nos faria desfrutar das pequenas coisas simplesmente por sobrevivência e pura rotina. Ainda bem que assim não é, não fossemos nós tornar este caótico e apodrecido mundo ainda menos renovável, nas suas esperanças e nos sonhos de cada um, leme de toda a humanidade. Infelizmente nem todas as esperanças são para bem dos comuns mortais e por vezes damos por nós encalhados já sem sequer acreditar nos sonhos. Graças a nós, humanos, não falta excepção para toda a regra.
Voltando ao ponto inicial, o da imprevisibilidade da vida, supreende-me o facto de acontecimentos biológicos, geológicos e humano-afectivos se relacionarem quase na perfeita medida. Tal como na crosta terrestre quando menos esperamos existem sismos, vulcões, fendas, que renovam drásticamente realidades anteriores, também nas plantas depois da pétala velha vem pétala nova, obviamente não sabendo nós se param no bem-me-quer ou no mal-me-quer. O incontornável é que se renovam nem que com mágicas adaptações bem fundamentadas por Charles Darwin. A isto compara-se por fim a vida humana, nos seus dilemas e nas suas infinitas incertezas.
Talvez hoje em dia acredite que cada um de nós é um pedaço de terra e de vida no mesmo sistema, que morre e renasce com as luas e com os sóis respectivos, que tantas vezes parece em definitivo condenado ao fracasso reerguendo-se no último sopro, mesmo quando já caídos no abismo, se é que essa queda não é simplesmente fraqueza da nossa imaginação.
Quero com isto dizer que os muros das lamentações foram das invenções mais absurdas do mundo, porque com ou sem lamento, a vida reinventa-se a si própria, se nunca deixarmos secar a tinta da caneta com que todos os dias se escreve a nossa história. Mas a história não se repete, por muito que o conteúdo seja semelhante a página é sempre nova. Não lamento por isso o passado, mas sonho muito com o futuro. Por estes dias até demais.
Que a imprevisibilidade de todas as coisas me supreenda, e que, na pétala sim, pétala não, se decida, em breve, a parar no bem-me-quer.
Voltando ao ponto inicial, o da imprevisibilidade da vida, supreende-me o facto de acontecimentos biológicos, geológicos e humano-afectivos se relacionarem quase na perfeita medida. Tal como na crosta terrestre quando menos esperamos existem sismos, vulcões, fendas, que renovam drásticamente realidades anteriores, também nas plantas depois da pétala velha vem pétala nova, obviamente não sabendo nós se param no bem-me-quer ou no mal-me-quer. O incontornável é que se renovam nem que com mágicas adaptações bem fundamentadas por Charles Darwin. A isto compara-se por fim a vida humana, nos seus dilemas e nas suas infinitas incertezas.
Talvez hoje em dia acredite que cada um de nós é um pedaço de terra e de vida no mesmo sistema, que morre e renasce com as luas e com os sóis respectivos, que tantas vezes parece em definitivo condenado ao fracasso reerguendo-se no último sopro, mesmo quando já caídos no abismo, se é que essa queda não é simplesmente fraqueza da nossa imaginação.
Quero com isto dizer que os muros das lamentações foram das invenções mais absurdas do mundo, porque com ou sem lamento, a vida reinventa-se a si própria, se nunca deixarmos secar a tinta da caneta com que todos os dias se escreve a nossa história. Mas a história não se repete, por muito que o conteúdo seja semelhante a página é sempre nova. Não lamento por isso o passado, mas sonho muito com o futuro. Por estes dias até demais.
Que a imprevisibilidade de todas as coisas me supreenda, e que, na pétala sim, pétala não, se decida, em breve, a parar no bem-me-quer.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Caminhando.
Um dia alguém disse: " Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo." Não sei para que estrela caminho nem tão pouco se essa estrela agora mesmo se encontra viva, se a luz que me chega não serão simplesmente restos de energia em forma de luz que ainda caminham os longos anos-luz que me separam desse astro, que no entanto pode já estar morto. Nada me é garantido. Que me adianta sonhar com um sol ainda mais perfeito que o nosso, se a estrela para a qual possivelmente caminho já se encontrar extinta? Daí não ter sido dispensado de percorrer os caminhos do mundo. Não sei se o autor, muito mais especialista do que eu nas palavras teria concebido aquela frase com base numa ideia semelhante à minha. Contudo, para que estas palavras agora escritas sejam coerente, refugiar-me-ei apenas no meu ponto de vista.
Cansado de planear o futuro, e de me cruzar pelos caminhos da vida, com estrelas já apagadas, recheadas de tripulantes azarados, apanhados nas malhas da escuridão humana, que tornam este planeta uma selva inimaginável, decidi trocar os T.G.V'S mentais, os Concordes sentimentais e os Vaivém sociais pelos meus próprios pés, finalmente assentes em terra firme e que preenchem a agenda da vida, passo após passo, dando tempo ao tempo, mesmo que com algumas trocas de pés e algumas pedras no caminho.
Lamento simplesmente, dada a observação que nos é permitida andando a pé, deparar-me com o desmoronamento da juventude de hoje em dia, do seu carácter, da sua fraqueza de espírito e da forma como são influênciados pela moda, mesmo que a moda traga cancro dos pulmões e cirrose hepática antes sequer de serem adultos. Lamento também, e neste tema repito ideias anteriores, a existência de " relações Gillete"; usar e deitar fora. Continuarei a acreditar, acho que até ficar senil ou até mesmo à minha morte, que o crescimento de uma pessoa em sociedade está no seu carácter, nos seus valores e na forma como não se vende às ideias gratuitas.
Assim, com a minha mochila, cheia de pedras em que já bati, mas também com muitos mapas que já ganhei, percorrerei os caminhos da vida, em busca do pôr-do-sol perfeito, esperando a estrela a que estou destinado, se o destino existir. Mas não deixarei de caminhar.
Confesso por fim, que sou apaixonado por olhos e acima de tudo, por olhares. São espelho da alma que temos ou que infelizmente já deixámos de ter...
E deixo a questão do mesmo autor:
"...Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?..."
Cansado de planear o futuro, e de me cruzar pelos caminhos da vida, com estrelas já apagadas, recheadas de tripulantes azarados, apanhados nas malhas da escuridão humana, que tornam este planeta uma selva inimaginável, decidi trocar os T.G.V'S mentais, os Concordes sentimentais e os Vaivém sociais pelos meus próprios pés, finalmente assentes em terra firme e que preenchem a agenda da vida, passo após passo, dando tempo ao tempo, mesmo que com algumas trocas de pés e algumas pedras no caminho.
Lamento simplesmente, dada a observação que nos é permitida andando a pé, deparar-me com o desmoronamento da juventude de hoje em dia, do seu carácter, da sua fraqueza de espírito e da forma como são influênciados pela moda, mesmo que a moda traga cancro dos pulmões e cirrose hepática antes sequer de serem adultos. Lamento também, e neste tema repito ideias anteriores, a existência de " relações Gillete"; usar e deitar fora. Continuarei a acreditar, acho que até ficar senil ou até mesmo à minha morte, que o crescimento de uma pessoa em sociedade está no seu carácter, nos seus valores e na forma como não se vende às ideias gratuitas.
Assim, com a minha mochila, cheia de pedras em que já bati, mas também com muitos mapas que já ganhei, percorrerei os caminhos da vida, em busca do pôr-do-sol perfeito, esperando a estrela a que estou destinado, se o destino existir. Mas não deixarei de caminhar.
Confesso por fim, que sou apaixonado por olhos e acima de tudo, por olhares. São espelho da alma que temos ou que infelizmente já deixámos de ter...
E deixo a questão do mesmo autor:
"...Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?..."
terça-feira, 12 de abril de 2011
Até um dia, espero.
" Amanhã, construimos um mundo novo, em familia e em povo, nesta aliança e compromisso. " Foram estas parte das palavras que marcaram a minha recta final num percurso que de tão profundo, me enche de nostalgia. Choro simplesmente ao recordar as imagens que perpetuam na minha memória, de todos os momentos, todas as actividades, todas as caminhadas, todas as contrariedades e toda a partilha que me fez crescer como jovem adulto de lenço vermelho ao peito. Pouco conseguirão imaginar o significado que todas as letras que escrevi têm para mim, culminando com o hino do Rover 2010. Poucos terão noção da forma especial, e muito pessoal com que vivi o escutismo e o caminheirismo. Poucos terão noção da dor que sinto na hora do abandono. Não me esqueço de nada nem de ninguém e a todos os que em algum momento se cruzaram comigo nesta caminhada, agradeço do fundo do coração. Infelizmente no escutismo, nem tudo o que aprendemos ao longo dos anos corresponde à realidade e só quando chegamos a esta fase e a esta idade nos conseguimos aperceber disso. Ainda assim, acredito que não se pode generalizar, e que haverá oportunidades fantásticas por esse mundo fora. Espero um dia ter a possibilidade de concretizar os sonhos que ainda tenho neste sentido, da partilha, do crescimento, do voluntariado, tendo noção que possuo ainda uma mentalidade da " era do romantismo " em que os sonhos eram sempre possíveis e na qual a vida era simplesmente bela. Apesar de muitos não acreditarem, ainda tenho muito para dar, aprendi muito mesmo nos momentos de discórdia, com pessoas que aparentemente nada de novo me haviam ensinado. No fundo foram essas pessoas que acabaram por me fazer viver isto que para uns será nada, mas que para mim é tudo. Jamais me esqueceria de mencionar os eternos companheiros de guerra; Pedro Nunes, Mauro Monteiros, Paulo Almeida e Nuno Roque. Sem voçês, a viagem não teria tido paisagem, seria só viagem. É importante para mim também, neste momento, agradecer a alguém que tantas vezes afrontei, de forma excedida por vezes, dentro do meu espirito insubmisso e de não resignação. Ao meu chefe de clã, que sempre o foi, longe ou perto, ausente ou presente, mas que sem dúvida me ajudou a crescer muito na minha maturidade, personalidade, motivação e aprendizagem durante os meus 4 anos e uma vida de caminheiro. Sequeira, muito obrigado. A todos, os que no agrupamento, na região, e no país, contribuiram para ser quem sou, por esses trilhos da vida onde tantas vezes andamos errantes e sem rumo, um imenso e profundo obrigado. Não me queria despedir de ninguém, apenas gostaria de dizer, até já. Com uma forte canhota. Filipe
sexta-feira, 18 de março de 2011
Gostar como antes.
Gosto de recordar com um falsa nostalgia é certo porque não vivi nesses tempos, épocas remotas em que o amor era algo especial e não descartável. Gosto de ouvir a minha mãe contar como era no tempo dela, a forma como brilham os seus olhos e ao mesmo tempo se lamentam por as coisas terem chegado onde chegaram. Gosto de acreditar nas palavras dela e ser feliz pelos menos acreditanto que outrora o amor é era mais verdadeiro do que aquele que hoje em dia circula pelas ruas. Gosto de sentir que a palavra amor não foi uma invenção errática dos tempos nem somente uma casual junção de palavras. Gosto de saber que houve tempos em que aos domingos se batia na janela da apaixonada em segredo só para se ver por dois minutos que fosse os seus olhos cintilarem e o coração bater mais forte. Gosto do tempo em que havia respeito pelo amor, pelos intervenientes, pelos corações e pela saudade, consequência eterna da conjugação de todos os factores. Gosto de fechar os olhos e recordar que havia quem percorresse quilómetros a pé para conseguir apenas dizer olá à cara metade. Gosto dos tempos em que se ia para a guerra sem saber se havia volta, e se houvesse, o amor esperaria ancioso a cada bater da porta. Gosto de quem na guerra, longe, sujo, solitário, conseguiu escrever cartas que a sorte nem sempre ajudou.
Gosto quando o coração acelera perante uma simples fotografia. Gosto que o amor também tenha conversas banais. Gosto de me preocupar com quem faz parte do meu dia a dia.
Gosto de poder gostar e acreditar que faz sentido.
Gosto de gostar de verdade como outrora lutadores gostaram.
Gosto acima de tudo, de poder gostar de quem gosto.
Gosto de ti.
Gosto quando o coração acelera perante uma simples fotografia. Gosto que o amor também tenha conversas banais. Gosto de me preocupar com quem faz parte do meu dia a dia.
Gosto de poder gostar e acreditar que faz sentido.
Gosto de gostar de verdade como outrora lutadores gostaram.
Gosto acima de tudo, de poder gostar de quem gosto.
Gosto de ti.
Memórias.
Nunca me tinha dado ao trabalho de escutar Pequenas memórias da parte de ninguém e ontem mesmo descobri que afinal até vale apena. Gostaria de um dia em idade mais avançada nesta minha rotineira vida, me recordar com bastante alcance e perfeita clareza de episódios da minha infância, das quedas, dos joelhos esfolados, dos esforços para gostar de cenoura, das minhas dúvidas acerca do paladar sem sal das lições de catequese das quais sempre duvidei, das palmadas formadoras de carácter, das respostas negativas á ambição de conseguir um novo brinquedo, entre tantos outros episódios.
Neste momento, apenas com uns redondos 22 anos, acredito que a capacidade de interpretar as memórias ainda não se desenvolveu e tal só terá lugar no dia que sentirmos que o fim já não está longe. Da minha parte, não penso nisso. Contudo gostaria de um dia ter memórias ou pelo menos que a memória não me atraiçoe por uma qualquer doença frequente entre os comuns mortais. Nesse caso, prefiro nada escrever.
Neste momento, volto a insistir que as pessoas que não quiseram conhecer realmente este grande homem, este enorme escritor e que o criticam sem sequer saber porque se chama como se chama, não deviam sequer ter a coragem de proferir o seu nome em vão.
E basta. Simplesmente, Deixa-te levar pela criança que foste.
Neste momento, apenas com uns redondos 22 anos, acredito que a capacidade de interpretar as memórias ainda não se desenvolveu e tal só terá lugar no dia que sentirmos que o fim já não está longe. Da minha parte, não penso nisso. Contudo gostaria de um dia ter memórias ou pelo menos que a memória não me atraiçoe por uma qualquer doença frequente entre os comuns mortais. Nesse caso, prefiro nada escrever.
Neste momento, volto a insistir que as pessoas que não quiseram conhecer realmente este grande homem, este enorme escritor e que o criticam sem sequer saber porque se chama como se chama, não deviam sequer ter a coragem de proferir o seu nome em vão.
E basta. Simplesmente, Deixa-te levar pela criança que foste.
sexta-feira, 4 de março de 2011
A escória da sociedade.
Nos últimos dias, na minha outrora pacata cidade, algumas raparigas foram vitimas de violação. Começo esta minha reflexão, afirmando que os violadores não são mais do que a escória da sociedade, pessoas a quem atribuir o adjectivo de nojentos é pouco, muito pouco. Sem qualquer receio afirmo também, e nesta minha confissão muitos humanos se irão rever com toda a certeza, se alguém pertencente aos meus, fosse vitima de tal acto, não teria qualquer problema, se soubesse os culpados, de os espancar até á morte sem dó nem piedade. Para uma pessoa que sofra tal ataque, não são 20 nem 30 anos de apoio psicológico que apagam a marca da fatalidade vivida, tal como para o violador, não são 20 nem 30 anos de prisão, tratamento psicológico ou tentativas de inserção que o vão tornar capaz e habilitado para viver em sociedade. Quanto a mim é dos crimes mais deploráveis e sem escrúpulos existentes entre humanos. Quanto a mim, se há situação, não única, em que devia ser aplicada pena de morte sem contemplações eram os casos de violação.
A isto junta-se outro factor que aos poucos me vai convertendo aos ideais de direita, a tender para nacionalistas. Os recentes acontecimentos na minha cidade, que já se vão prolongando à algum tempo, têm sido encabeçados, supõe-se, por indíviduos de origem brasileira, na sua maioria ilegais, que se apoderaram de galinheiros nas zonas abandonadas da cidade, nos quais habitam e de onde saiem para crimes efectuados de variadas formas, como por exemplo, o já banal tráfico de droga. A minha cidade está a ficar entregue aos bichos e tudo porque a politica de imigração do meu país é absolutamente inaceitável. Tendo as fronteiras escancaradas, à mercê de qualquer etnía, trabalhadora ou não, as pessoas que sempre viveram na sua paz, do seu suor, vêm-se confrontadas com casos aterrorizantes de jovens violadas por pessoas que a este país só trouxeram problemas, do qual o mais vísivel é o crime.
É incrível como o nosso sistema judicial é protector do crime e em concreto protector daqueles que não merecem nada do que este país lhes tem para oferecer. É incrivel como vão chegando, como vão ficando, como se multiplicam eles e os crimes e como o sentido de impunidade continua rei e senhor. Senhores políticos , senhores ministros: e se for com as vossas filhas? Dá vontade de matar não dá?
Com todo o respeito pelos trabalhadores de verdade e lutadores, rua com o os chulos, prostitutas, traficantes de droga e demais escória e podridão da sociedade e justiça pelas próprias mãos a esses violadores que não merecem viver.
A isto junta-se outro factor que aos poucos me vai convertendo aos ideais de direita, a tender para nacionalistas. Os recentes acontecimentos na minha cidade, que já se vão prolongando à algum tempo, têm sido encabeçados, supõe-se, por indíviduos de origem brasileira, na sua maioria ilegais, que se apoderaram de galinheiros nas zonas abandonadas da cidade, nos quais habitam e de onde saiem para crimes efectuados de variadas formas, como por exemplo, o já banal tráfico de droga. A minha cidade está a ficar entregue aos bichos e tudo porque a politica de imigração do meu país é absolutamente inaceitável. Tendo as fronteiras escancaradas, à mercê de qualquer etnía, trabalhadora ou não, as pessoas que sempre viveram na sua paz, do seu suor, vêm-se confrontadas com casos aterrorizantes de jovens violadas por pessoas que a este país só trouxeram problemas, do qual o mais vísivel é o crime.
É incrível como o nosso sistema judicial é protector do crime e em concreto protector daqueles que não merecem nada do que este país lhes tem para oferecer. É incrivel como vão chegando, como vão ficando, como se multiplicam eles e os crimes e como o sentido de impunidade continua rei e senhor. Senhores políticos , senhores ministros: e se for com as vossas filhas? Dá vontade de matar não dá?
Com todo o respeito pelos trabalhadores de verdade e lutadores, rua com o os chulos, prostitutas, traficantes de droga e demais escória e podridão da sociedade e justiça pelas próprias mãos a esses violadores que não merecem viver.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Eu sou o meu problema.
Não era uma vez. Perpetuou-se o facto de a amargura e a solidão, apesar de muito bem acompanhado, se terem vinculado a mim com uma espécie de contrato vitalício que teima em não cessar. Quem também diz olá com alguma regularidade é a angustia, essa que com a sua voz estridente e insuportável nos acompanha a dois palmos dos ouvidos para onde quer que nós vamos. Em efeito dominó aparece a dúvida, sendo esta talvez a pior de todas as consequências da amargura e da solidão. Como um berro proveniente de um megafone ecoa na minha cabeça de forma desconcertante a expressão: Porquê? Só que esta expressão gravada no microfone no modo de repetição, atormenta todas as minhas acções desprogramando por completo a minha programação mental. Vejam lá caros leitores, que estes malditos parasitas até parece que fazem o coração bater mais lentamente como se de repente parasse de vez. Que estupidez, infelizmente real. Só gostava de perceber um pouco mais de algoritmia porque de facto a nossa mente não é mais do que uma sequência de acções que executamos e que podemos ter capacidade ou não de manipular. Eu não tenho essa capacidade e por isso sou refém de mim próprio para mal dos meus pecados contabilizados um a um por esse deus enunciado na primeira linha do algoritmo da vida de todos os mortais. Lá está, programação.
Gostaria um dia de saber lidar comigo, pelo menos tanto quanto consigo lidar com os outros. Gostaria também de nem sequer pensar nisso e simplesmente viver o presente.
Gostaria de viver a felicidade em todas as suas dimensões.
Gostaria de muita coisa, mas eu sou o meu próprio problema.
sábado, 15 de janeiro de 2011
O pequeno cais mágico.
Sentei-me num pedaço de terra num cabo, o da esperança, não sei se boa se má, mas aqui acredito no dia de amanhã. Aqui não sei o que aconteceu ao meu passado e tão pouco saberei sobre o meu futuro. Apenas me limito a olhar a falésia a norte e a sul, abrupta como a vida , arrepiante como as emoções e fixo-me num pequeno porto, num humilde cais que está bem lá em baixo junto da imensidão do oceano. Sentei-me neste pedaço de nada e de tudo, na esperança de me encontrar vivo e a salvo de naufrágios passados. Nesse pequeno cais apenas habita uma embarcação que está de passagem e se chama vida, nome feminino como na maioria das embarcações.
Apesar do frio característico destas zonas costeiras, apenas sinto o pouco cabelo que tenho a ser guiado para diferentes pontos cardeais. O meu interior subitamente começou em processo de aconchego. Aqui em cima, os deuses disputam opiniões acerca dos céus e o vento que se faz sentir é consequência disso. Mas lá em baixo, como que a sussurrar-me ao ouvido, uma paz parece chamar por mim. Adoro ver o mundo aqui de cima, mas quero ver a vida mais de perto. Apesar de o mar me atormentar com recordações passadas, decidi enfrentá-lo de novo, olhos nos olhos, areia nos pés, sal na pele e água na boca, tudo isto, porque aquela embarcação misteriosa, a vida, me chama como que dizendo, A vida não acaba aqui.
Ergui-me do fundo dos meus receios e comecei a descer por uma escadaria cravada na pedra, interminável, mas da qual, em qualquer momento conseguia ver o cais. Por mais mágico que possa parecer, à medida que ia descendo cada degrau, é como se estivesse a colocar um parágrafo nos capítulos mal trancados da minha vida, que tinham um ponto final quase invisível. Por magia ainda maior, na vida, iam-se soltando as velas, quase que ao mesmo ritmo que eu trancava capítulos. Na maior vela lia-se: Vida sem amar, é navegar sem mar. Nesse momento senti que as pernas me tremiam e fiquei dominado por umas vertigens repentinas que quase me estagnaram. Mas pela primeira vez em muito tempo, agarrei-me com toda a força ao que de sonho há em mim, e continuei a descer, a virar páginas, até que me sinto perto das primeiras linhas em branco.
Olho em frente, vejo que os degraus estão praticamente no fim e consequentemente percebo que o meu passado está mesmo no passado. Agora, a apenas alguns dedos de vontade, da vida, olho os seus olhos, procuro neles como que uma bola de cristal que me diga se o mar me vai engolir. Ela apenas me olha e eu apenas a sinto. O mar, esse parece recuar como que pedindo paz. O vento, que aqui não se conhece, parece esperar curioso, pelo momento que os meus pés entrem na vida, para com toda a sua força nos lançar ao alto mar e aos altos sonhos.
Agora sim, todos os capítulos têm parágrafos e cheguei à primeira linha em branco. Tudo o que quero escrever é: Quero viajar com a Vida.
A lucidez, ou falta dela.
Após mais uma viagem intelectual, com passagem por destinos humanamente urgentes e não raros, mais uma vez me encontro surpreendido pela capacidade que alguns escritores têm, repito, alguns, para dizer o que quase todos nós pensamos, mas não temos capacidade nem coragem de o fazer. O "ensaio sobre a lucidez" remeteu-me para pensamentos que de tão frequentes e tão actuais, quase passam pela calada. Abordando em quase toda a acção o carácter humano, facilmente reparamos que a nossa conduta consegue descer aos poços profundos do vermelho do inferno quando em situação de contrariedade vemos que vamos sair derrotados. Mais inexplicável é o facto de que as pessoas capazes das atrocidades universais , nacionais, locais ou pontuais são na maioria das vezes pessoas das mais intelectuais. Engraçado, até rima, como um poema perfeito.
Estamos no tempo em que os fins não precisam de meios e em que a raça humana regressa aos combates selvagens de outrora. Com uma pequena diferença; hoje em dia, com algum conhecimento de linguística, uma palavra bem empregue aqui, uma citação de um Nobel além, interpretações diferentes de dois mais dois serem quatro, e sorrisos politicamente poderosos, conseguimos cortar a base da dignidade humana num abrir e fechar de olhos.
Tenho pena, cada vez mais, que à boa moda de umas décadas já passadas, as pessoas não vislumbrem que há quem as queira manter caladas, ignorantes e traduzindo para Português, do antigo acordo ortográfico, Burras. Socialmente o zé povinho insiste somente nas conversas de coreto de aldeia e não acredita que os tubarões facilmente se caçam com arpões. Engraçado, rimou de novo, como um poema perfeito.
A falta de lucidez que tanto nos caracteriza e nos faz cometer coisas obsoletas deveria ter os dias contados. E como diz o Livro das Evidências ; Saberemos cada vez menos o que é ser humano. Lamento.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
O meu Caminho no Xacobeo 2010.
Após alguns dias de descanso, consciencialização e reflexão acerca da minha última semana do ano de dois mil e dez, parece-me ser a hora de libertar as minhas impressões sobre o sucedido nesses dias. Não sendo a primeira vez que me propunha a realizar o Caminho de Santiago, esta caminhada efectuada de vinte e seis a trinta de Dezembro adquiriu um papel que toca nos limites das minhas eternas recordações. Não só por ser o Caminho de Santiago. Não só pelo sofrimento. Não só por ser o final do Ano Xacobeo dois mil e dez. Não só pela passagem da Porta Santa. Adquiriu este papel, pelas pessoas, pelos momentos, pelos fracassos momentâneos e pelas glórias finais.
Tinha prometido a mim mesmo, que de uma maneira ou de outra, iria a pé a Santiago Compostela no Ano Santo 2010 e com todas as contrariedades típicas da vida humana isso só me foi possível de tentar, na última semana do ano. Ou era, ou era.
Meti na cabeça que seria mesmo, apesar do Inverno, apesar do frio e da chuva, apesar do limite de tempo que me estava imposto. Não contava que, ao contrário das outras vezes, o meu corpo reagisse da forma que reagiu. Quando digo corpo, refiro-me concretamente aos meus joelhos e ao dedo mindinho do pé esquerdo que possuí-a uma bolha num estado deplorável. Os meus últimos 4 dias de caminhada foram agonizantes. E para conseguirem entender esta agonia têm de viajar até ao sentido mais frio e mais cru que esta palavra possa assumir. Caminhei torto, caminhei de costas, caminhei de lado, caminhei sustentando todo o meu corpo na vara que me ajudava na marcha. Foram de facto momentos que jamais apagarei da minha memória e que tornam de facto reais certas frases que ecoam em Santiago, como por exemplo, " No pain, no Glory ". A maioria das minhas noites foram em claro, porque as dores não me permitiam repousar na terra dos sonhos e desta forma conseguirão ter uma noção de como se comportava o corpo no dia seguinte.
O certo, e mais certo que isso não há, é que cheguei a Santiago na data prevista, num estado não previsto, e pude agradecer ao Pedro e ao Tiago mas essencialmente a mim mesmo, por ter tido força psicológica para enfrentar mais e mais um dia. Concretizei o meu objectivo de passar na Porta Santa que se fecharia por 11 anos poucas horas depois e abracei Santiago com o pensamento: " Eu disse-te que te vinha cumprimentar ".
Não poderei esquecer as pessoas que se cruzaram comigo no Caminho, entre as quais a Joana de Lisboa, o Senhor Sousa de Ronfe, um austríaco para o qual todos os dias do ano são natal e por isso passar o natal no caminho era normalíssimo, e o famoso saltador espanhol Jimmy Jump, conhecido por saltar para dentro de relvados de futebol, com quem falei sobre as suas loucuras algum tempo ( ele vai por um gorro na cabeça do Mourinho ).
Desta feita, acabei o ano no topo das minhas emoções, com recordações para a minha vida inteira e espero que sem problemas crónicos nos joelhos. A vontade de regressar já ao caminho é imensa; Santiago é de facto, vivência, superação, auto-conhecimento e partilha.
Até já , Santi.
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