Talvez seja também em horas mais agitadas que somos a definição de ombro, cara-metade, pedaço de tudo e pedaço de nós mesmos. Talvez nem sempre consigamos ter a palavra solução no momento, talvez necessitemos de ficar simplesmente ali disponíveis na certeza que a outra metade irá precisar de nós, irá desejar um abraço forte e que no fundo somos uma espécie de abrigo sempre esperando e trazendo a calma, gesto após gesto.
Relembro agora a minha definição de amar, talvez actualmente ultrapassada, ou então não, amar efectivamente é estar lá quando as cordas onde caminhamos vibram repentinamente, dar a mão, apertar com força em forma de “ estou aqui “, participar do equilíbrio do outro, do equilíbrio comum, de forma a que uma caminhada a dois no trapézio da vida seja ver e sentir as coisas de um outro nível, e serem no fundo os dois, uma espécie de mundo num só.
Amar efectivamente não é só saber navegar com alguém quando o mar está sem ondas, é equilibrar emoções nas vagas imprevisíveis segurando com muita força quem queremos levar do nosso lado, sem deixar que em nenhum momento se afunde a nossa esperança de partilhar a vida nessa viagem.
Quero desta forma dizer que estou do teu lado em todos os oceanos, nos nórdicos e gelados, nos mais temperados dos trópicos e até mesmo nos equatoriais. Em todas emoções, em todos os momentos em que, lembrando, fazemos valer a pena. Somos um mundo que transcende a generalidade de tudo.
Sabemos o que somos. Sabemos na perfeição.
Sabemos de coração.
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