Talvez a última página das coisas nunca o seja verdadeiramente, talvez por ficar em branco seja aquela que mais tem para nos contar porque a nossa imaginação e os nossos sonhos não cabem em livros, se tão pouco por vezes cabem na vida.
Com isso também a vida não poucas vezes não cabe nos sonhos quer pela positiva, quer pela negativa, no chamado mas nunca esperado efeito surpresa, que de surpreeendente até
amedronta.
Esta página viu as anteriores viajarem numa Jangada de Pedra, que aos olhos da realidade que sempre conhecemos nunca navegaria fosse em que mar fosse, por estar presa a um passado, que nem os homens, nem Deus nem a natureza um dia sonharam separar. A Peninsula Ibérica soltou-se da Europa...
Também a vida tem destes cataclismos inesperados, nunca sonhados, que aos nossos olhos de humanos, só acontecem aos outros, quer pela positiva, quer pela negativa, mais uma vez.
Ficamos à deriva tal como a peninsula, desnorteados, sabendo sempre de onde vimos e até demais, mas nunca para onde vamos nem com que terra iremos chocar, se chocarmos... Obviamente que transpondo a situação para o campo humano, refiro-me às pessoas com quem iremos colidir, se algum dia se chega de facto ao contacto...
É aqui que repescamos a página em branco, a sua disponibilidade e aceitação perante os sonhos que temos e a imaginação que nunca finda, e em que me vejo, não jangada mas homem a navegar na esperança de escrever as minhas próprias linhas num mundo, que de forma surpreendente me mostrou que há destinos e portas apetecíveis.
Ficarei a ler a página em branco, a sonhar, a imaginar, em que porto, eu, jangada, irei repousar e atracar.
Neste caso, simplesmente simbólico, a última página, em branco, é para ti!
Filipe *
Nenhum comentário:
Postar um comentário