terça-feira, 6 de setembro de 2011

Viagens.

Talvez haja viagens de um dia, que parecem um ano, dignas de uma crónica, talvez mesmo até de um livro, de uma canção ou simplesmente de um lugar eterno na nossa memória. Talvez haja viagens, das simples, sem malas, apenas com duas pessoas dispostas a desfrutar da paisagem, a comunicar muitas vezes mais do que com palavras, com silêncios cortados apenas por sorrisos de olhares trocados. Talvez haja viagens que se sonham de um dia para o outro, e mesmo que o sonho seja pouco, essas viagens são tudo num só trajecto. Talvez sejam viagens que marcam a vida.

Sonhei uma viagem dessas para nós. Uma viagem de dois cúmplices que comunicam mais do que milhares de sentimentos não verbalizando rigorosamente nada. Uma comunicação que transcende o alcance das palavras. Uma comunicação que só está ao nosso alcance, porque há qualquer coisa em nós. Sonhei levar-te, mostrar-te o mundo que pisei, a terra que de certo voltarei a pisar, espero que também na tua presença. Sonhei surpreender-te com lugares mágicos, onde o mundo pára, e onde percebemos que afinal, partir, nem que seja só por um dia, pode ser mais importante do que trinta mil ascensões ao Everest.

Talvez nem trinta mil dias sem falar contigo me fariam esquecer-te. Quero viajar contigo. Quero partilhar sonhos e emoções, vivê-los a teu lado, nessa cúmplicidade caracteristica de jangadas do mesmo oceano. Quero surpreender-te, dia após dia, ser a estrela cadente que nunca estás à espera, e que mesmo quando ausente, volta sempre.

Deixa-te levar, vamos viajar.

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