sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sentidos.

Talvez haja momentos em que os sentidos da vida não mereçam explicação, isto é, se a vida realmente tiver sentidos, embora ainda assim deposite alguma simpatia na teoria que defende que o sentido de todas as coisas está no quão conseguem ser surpreendentes. Talvez haja momentos em que a surpresa bate à porta, entra sem pedir licença e recupera toda a claridade perdida ao longo das rotinas e da lamentável vida de insatisfeitos que geralmente carregamos como um fardo, quando devia ser uma dádiva.

Talvez devessemos repensar diariamente os nossos principios e compreender o porquê de sermos dotados de emoções e sentimentos; talvez esse seja no fundo o sentido de caminharmos dia a dia em busca de novos sóis e novas luas.

Estou certo, sem talvez, que o papel dos sonhos no sentido da vida, é o papel dos sentimentos no sentido dos sonhos: se sentimos, sonhamos, se sonhamos é porque queremos, se queremos iremos lutar, e se lutarmos corremos o positivo risco de que tudo ganhe um novo sentido.

Talvez percamos demasiado tempo parados, inertes, e tempo é tudo aquilo que podemos um dia desejar, precisar e não ter.

Talvez sonhar nos obrigue a continuar a caminhar, a sorrir, a abraçar, a sentir, a olhar e a perceber que as emoções são realmente a única coisa que nos toca e que quando um dia partirmos apenas elas terão o poder de ficar eternamente dentro de nós. Se eu partisse agora, estaria repleto de sentidos, como quem descobriu o mundo num abrir e fechar de olhos. Talvez sentir alguém seja o mais puro sentido de tudo. Talvez olhar-te me tenha feito compreender a vida.

Não quero perder tempo. Não quero queimar segundos, apenas dois me bastariam para dizer, gosto de ti.

Talvez até façamos sentido. Talvez não, Fazemos.

Talvez queira viver a constante surpresa que somos. Talvez não, Quero.

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