Pode até ser repetitivo revisitar momentos e circunstâncias, trazendo de novo as viagens ao tema da escrita, ou talvez seja simplesmente uma constante no meu pensamento, aguardando uma nova oportunidade de te envolver e levar-te pela estrada fora. Quando os quilómetros vão passando, um a um, muda o cenário, vem uma árvore nova, vem um vale mais profundo, vem uma montanha com contornos diferentes, em viagem todos os segundos são irremediavelmente distintos. Em mim, mais do que uma mudança visual pelo exterior em constante mudança, tudo muda interiormente quando este percorrer é feito do teu lado. Já outrora disse que as viagens não têm necessariamente de ser literais, muitas vezes uma viagem pode ser simplesmente feita ao absorver no nosso olhar a chama de uma lareira. Não raras vezes, nessas viagens percorre-se muito mais que somando e subtraindo quilómetros. Até porque em certas viagens, não há longe nem distância.
Ainda assim, referindo-me às viagens literais, pegaria em ti neste instante, iria perder-me contigo por esses destinos a descobrir, descobrindo ainda mais de nós, construindo ainda mais a eterna viagem que somos. Tenho vontade de regressar à estrada contigo, olhar-te entre as paisagens e as mudanças de velocidade, sorrir-te sem tu dares conta, dar-te a mão em forma de união, mudar de música ao sabor do céu, ao sabor da paisagem e ao sabor das emoções. Ir simplesmente porque sim, por vivermos e por sentirmos.
Temos vivido muito e tenho partilhado contigo coisas muito importantes da minha vida, querendo simultaneamente que tu, passa após passo, sejas parte da minha como duas tábuas de madeira, margem uma da outra que, que como duas peças de puzzle só se ligam entre si. Vamos viajar, abraçar os segundos e os lumes, as horas e as paisagens, os momentos e as emoções.
Vamos, simplesmente porque somos, cada vez mais*
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