segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Viagens e estações.

Nestes dias em que as folhas caiem uma atrás de outra de uma forma tão natural como apressada, é como se essas mesmas folhas se anexassem às linhas da nossa existência como símbolo da constante renovação que nos une nesta harmonia de lugares, circunstâncias, momentos e sentimentos que somos.

Pudesse eu guardar cada folha caída no chão e não pensaria duas vezes. Há histórias que não merecem ser esquecidas e a singularidade de cada uma dessas folhas é uma dessas histórias. Se as guardarmos, no meio de um livro por exemplo, o encanto dessas mesmas folhas que podiam ter sido simplesmente atiradas para trás da memória, é uma mistura celestial de cores, sensações e pensamentos. Há folhas, há linhas e há viagens, que merecem ser eternamente lembradas.

Conseguimos numa fracção de segundos ver o mar diante de nós e de súbito vê-lo a envolver-nos numa pequena ilha que se abre e desfaz a cada onda mais fugaz. E o mar, impossível não lembrar isso, viu os meus olhos outrora brilharem como um “farol” quando em pegadas de outras estações, escrevemos este nosso presente desejando muito mais que um futuro. Os laços, esses são muito mais que meros sentimentos de amor. É uma partilha de felicidade e vontade de ser sempre a outra palma da tua mão. Repito, há viagens que são tudo num só trajecto.

E por muito que o objectivo de certas viagens seja puramente comercial, nem por isso perdemos a capacidade de as pintar de uma cor especial. Não só nós, mas os quatro, através de músicas de desenhos animados entre tantas outras, sorrisos, auto-estradas, fins de tarde e planos do amanhã, conseguimos desfrutar das pequenas coisas mais brutais que a vida nos pode oferecer. A vida não é rica, mas traz-nos tesouros que não devemos desperdiçar.

Guardarei estas folhas de Outono com um toque salgado de um mar que ainda é de Verão.

Guardarei estas linhas porque seremos viagens em qualquer estação.

Guardarei este dia porque “ a vida não é existir sem mais nada, (…) não é dia sim, dia não, é feita em cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o coração “.

Porque somos, cada segundo mais*

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