Graças a deus que existem senhores da terra. As árvores não nascem sozinhas, muito menos as couves, as batatas, as cebolas, os alhos, a salsa e por aí a diante. Que seria de nós, vulgos mortais citadinos, apenas doutorados em consumismo descontrolado, se do nada, os agricultores fizessem greve ou simplesmente morressem? Sim, porque este extrato do fundo da cadeia das boas parecenças sociais e humanas está completamente envelhecido. Apesar de eu ser mais um a contribuir para esta estatística, ou seja, não me encontro de forma alguma ligado ao cultivo das terras, sei valorizar, respeitar e acima de tudo neste momento, homenagear os senhores da terra.
Estupidamente, o que sabemos nós sobre sementes? O que sabemos nós sobre plantação de sementes? Será que é só enterrar, deitar água e fez-se chocapic? Ou será que existe uma mestria que nenhuma escola poderá ensinar a não ser a prática e a convivência com as gerações a quem devemos a vida que temos?
Como comeriamos se nos vissemos obrigados a cultivar os nossos próprios alimentos, a manter rigorosos os nossos pastos, a efectuar as matanças necessárias á nossa própria subsistência? Estaria a nossa / minha geração preparada para assumir a sobrevivência dos nossos estomâgos?
É por isso que eu questiono, porque é que as pessoas citadinas na sua maioria, e não me venham com hipocrisias , gozam com a profissão de agricultor, com as populações serranas que mantêm vivos os pastos, e com todos aqueles que trabalham mais na vida do que qualquer médico, enfermeiro, advogado ou engenheiro?
Nunca saberemos as dores sentidas, as peles queimadas, os calos nas mãos, se não passarmos um dia que seja, sol a sol, a dar vida à nossa fértil terra e a colher mais do que um mero alimento...
Obrigado Senhores da terra, que plantam as couves, as batatas, as cebolas, os alhos, a salsa e por aí diante que alimentam os políticos que vos fodem.
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