O espanto domina-me quando sou apanhado em pensamentos invulgares. Desta vez divago no porquê de cada um ser como é. Estranha esta frase, mas no fundo não passa de uma verdade inquestionável para todos os comuns humanos. Cada vez mais acredito que somos um disco rigido na nossa totalidade mas com uma pequena, ou grande diferença: quando queremos eliminar um ficheiro, por vezes demora anos e anos e ainda assim a probilidade de sucesso pode ser quase nula.
Somos o que comemos, somos o que lê-mos, somos o que aprendemos, somos o que ouvimos e acima de tudo eu não acredito na teoria de somos o que quisermos. Desde a nossa nascença estamos limitados a certos caminhos e certas convicções, começando pelo facto de sermos criados num meio cristão, num meio muçulmano, num meio budista ou em qualquer outro meio, das centenas que há por esse mundo fora. Nessa fase primitiva, o nosso disco rigido começa a armazenar informação sobre todas as coisas com as quais lidamos. É nesse momento, que começam as primeiras divergências sobre o que é o bem e o que é o mal. É incrivel pensar nisto, como é que é possivel, entre humanos, supostamente todos diferentes e todos iguais, que haja várias interpretações para duas palavras tão simples como bem e mal?
Eu, por exemplo, irei achar sempre que matar inocentes é errado. Noutras culturas é banal e não se dá importância à poupança de vidas. E acho isso, porque cresci num meio que defendia a vida como bem mais essêncial ao homem. Como vemos, o meu crescimento limitou-me e por muito que eu agora queira apagar da minha cabeça que viver é que é bom, não conseguirei.
No fundo, no fundo, somos um disco rigido que raramente avaria. Quando avaria, a culpa não é dos chips; é de não sabermos colocar um chip em cima do outro.
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