quarta-feira, 14 de julho de 2010

Abaixo sentimentos ! Abaixo sentimentos !

De hoje em diante não extravasarei qualquer sentimento. Salvo rara excepção será o sucedido nos próximos tempos, sendo contudo possível num qualquer isolado arco-irís pós tempestade, vislumbrar um esboço leve de uma espécie de ternura. Não me adianta martirizar-me com dúvidas, elas nunca existem, somos humanos, estamos sempre certos, o nosso ponto de vista é o mais válido sempre, e invariavelemente mandamos com a cabeça na parede no final das contas.

Se por vezes os sentimentos não são percebidos, não poucas vezes também parece que são invisíveis; passam diante das pessoas, mesmo debaixo dos olhos e elas olham para as estrelas, como se delas, ou do alto, viessem mais do que pequenas fracções de meteoros.

Outras ocasiões, são aceites com indiferença, ou por outras palavras, não são aceites. Parece que o acolhimento de alguns sentimentos gera repulsa, como se de uma questão de racismo se tratasse. A propósito de sentimentos nunca imaginei que um slogan de uma campanha anti-racismo se adaptasse tão bem à questão sentimental e como avaliamos as novas pessoas que entram na nossa vida: " Todos diferentes , todos iguais ". Quando assim é, corremos o risco de confundir o amigo de infância com o serial killer do último policial que lemos. Acho que percebem o que quero dizer.

Sentimentos não correspondidos, sinceramente não são problema, se não forem ofendidos na sua simplicidade e na sua inocência. Todos somos livres de gostar. E que falta faz ao mundo, gente que goste a sério de alguma coisa.

Mas como, mesmo sentindo, simples e somente, os mal-entendidos conseguem ser parasítas atrofiantes da vida , pelo visto, de hoje em diante não extravasarei qualquer sentimento.

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