Numa terra bem perto de mim, contrariando ordem natural das coisas, esquecendo a ciência, e escrevendo dessa forma, coisas mágicas, vive um cubo, um escondido cubo de gelo, que no seu mundo se vai mantendo sólido. Vagueia debaixo do sol, enfrenta gotas de chuva, relaxa em sombras quentes, e mesmo assim, todas as suas propriedades se mantêm. Todas as suas moléculas de H2O permanecem compactas e agitação interna entre partículas é muito reduzida. Ou seja, os sentimentos desse cubo de gelo, são quase inacessíveis, indecifráveis, mas existem, sei que existem, consegue-se ver o seu brilho.
Felizmente, nessa mesma terra, existe alguém que sentimentalmente emite para a atmosfera do cubo de gelo pózinhos de prilim pim pim, bastante nocivos para a sua camada de ozono. O combate tem sido constante, diário, momentâneo, e para felicidade desse alguém, está a causar um aquecimento global muito particular neste cubo de gelo. Factos científicos absolutamente revolucionários têm sido constatados. Dentro do cubo, a agitação de partículas tem aumentado, e pequenas gotículas desse gelo têm-se convertido, inacreditavelmente, em pozinhos de prilim pim pim. Mesmo com toda a sua barreira, os espacinhos de partilha do cubo têm permitido uma harmoniosa agressão atmosférica no seu céu, que é o céu de alguém, que quer que o cubo se converta. Esse alguém, com dedicação, sinceridade, e sentimento, tem abraçado incessantemente o cubo a fim de promover uma transferência de energia térmica que contribua também para a mesma causa.
As gotículas que se vão libertando, de tanto brilho que têm, servem de combustível á emissão de pozinhos de prilim pim pim por parte desse alguém, que tem variado nas substâncias afectivas e líricas, disparando por exemplo olhares, como que verdadeiramente confessos de sentimento.
O camada de ozono do cubo, vai absorvendo todos estes ataques, e embora que muito, muito pouco, vai fraquejando. Há gotículas a derreterem, embora invisivelmente, mas há.
Esse alguém, continuará na sua emissão de substâncias. Palavras que se sentem, e não se esquecem são produzidas na sua chaminé. Fumos que se tornam mais densos, mais profundos, e mais fortes são enviados para o cubo de gelo. Este sorri. No fundo tem muitas gotículas que se querem derreter.
Contei esta história, com todos os motores a todo o vapor, e envio-te, fragrância dos nossos pozinhos.
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