segunda-feira, 17 de maio de 2010

Já só, porque há.

Já não há nada a rasgar,
já só há tudo a construir,
já nem se tem que apagar,
já só se tem que sentir,
já só há espaço em branco,
já só é preciso escrever,
já só há cara de espanto,
já nada aqui quer perder,
porque há vida demais a ter,
porque há coisas demais a ser,
porque há cantos demais a ver,
em ti.

Já nada aqui quer parar,
já tudo aqui quer seguir,
já nada aqui quer fechar,
já só dás portas a abrir,
já todo o céu se inquieta,
já toda a chuva se recolhe,
já tudo aqui se desperta,
já nada faz que me molhe,
porque há tempos demais a ter,
porque há sonhos demais a ser,
porque há gestos demais a ver,
em ti.

Tudo o que não foi, virá,
quando assim tiver que ser.

Tudo o que virá, será,
o que quisermos viver !

Nenhum comentário:

Postar um comentário