segunda-feira, 24 de maio de 2010

Datas !

Hoje é daqueles dias puramente vulgares, como qualquer um, que dura 24 horas, das quais passamos 7 ou 8 a dormir e nas restantes a dar uso ao planeta terra. Com uma pequena diferença; faz hoje 22 anos que a minha mãe me trouxe ao mundo. Obrigado mãe.

Agradeço desde já a todos os que me felicitaram, e indirectamente felicitaram a minha mãe. Espero ter anos de postagens neste ou noutro espaço, ou seja, anos de partilha com todos aqueles que perdem alguns minutos a ler os meus devaneios.

Agradeço também a ti, que me tens acompanhado por estes dias, que tens pintado de aguarelas as telas brancas que atravesso. Parte do fôlego com que apago as velas, é teu. Se de sensações se enchessem baús, contigo já teria inundado uns quantos. Mereces mais, e mais. E pela primeira vez neste blog professo as palavras: Gosto de ti, pelo que és.

Agradeço ao mundo, por ainda me aceitar nesta estrada, da qual apenas vejo a linha do horizonte.

Até já , agora mais reumático.

domingo, 23 de maio de 2010

Noites do parque !

Já é noite e agora tenho um pedaço de atenção, olho para o céu e vejo as estrelas que lá estão, não esqueço o momento em que dizes num segundo, uma palavra , um sonho, que guardo bem no fundo, desta noite, neste parque, que parecia nosso mundo.

Já só penso em abraçar-te enquanto houver luar, já não esqueço esta noite que é para relembrar, já só sinto as palavras ditas com sinceridade, entre olhares que se trocam com tanta cumplicidade, entre gestos, muito simples, que revelam felicidade.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O cubo de gelo vítima do aquecimento global.

Numa terra bem perto de mim, contrariando ordem natural das coisas, esquecendo a ciência, e escrevendo dessa forma, coisas mágicas, vive um cubo, um escondido cubo de gelo, que no seu mundo se vai mantendo sólido. Vagueia debaixo do sol, enfrenta gotas de chuva, relaxa em sombras quentes, e mesmo assim, todas as suas propriedades se mantêm. Todas as suas moléculas de H2O permanecem compactas e agitação interna entre partículas é muito reduzida. Ou seja, os sentimentos desse cubo de gelo, são quase inacessíveis, indecifráveis, mas existem, sei que existem, consegue-se ver o seu brilho.

Felizmente, nessa mesma terra, existe alguém que sentimentalmente emite para a atmosfera do cubo de gelo pózinhos de prilim pim pim, bastante nocivos para a sua camada de ozono. O combate tem sido constante, diário, momentâneo, e para felicidade desse alguém, está a causar um aquecimento global muito particular neste cubo de gelo. Factos científicos absolutamente revolucionários têm sido constatados. Dentro do cubo, a agitação de partículas tem aumentado, e pequenas gotículas desse gelo têm-se convertido, inacreditavelmente, em pozinhos de prilim pim pim. Mesmo com toda a sua barreira, os espacinhos de partilha do cubo têm permitido uma harmoniosa agressão atmosférica no seu céu, que é o céu de alguém, que quer que o cubo se converta. Esse alguém, com dedicação, sinceridade, e sentimento, tem abraçado incessantemente o cubo a fim de promover uma transferência de energia térmica que contribua também para a mesma causa.

As gotículas que se vão libertando, de tanto brilho que têm, servem de combustível á emissão de pozinhos de prilim pim pim por parte desse alguém, que tem variado nas substâncias afectivas e líricas, disparando por exemplo olhares, como que verdadeiramente confessos de sentimento.
O camada de ozono do cubo, vai absorvendo todos estes ataques, e embora que muito, muito pouco, vai fraquejando. Há gotículas a derreterem, embora invisivelmente, mas há.

Esse alguém, continuará na sua emissão de substâncias. Palavras que se sentem, e não se esquecem são produzidas na sua chaminé. Fumos que se tornam mais densos, mais profundos, e mais fortes são enviados para o cubo de gelo. Este sorri. No fundo tem muitas gotículas que se querem derreter.

Contei esta história, com todos os motores a todo o vapor, e envio-te, fragrância dos nossos pozinhos.

Já só, porque há.

Já não há nada a rasgar,
já só há tudo a construir,
já nem se tem que apagar,
já só se tem que sentir,
já só há espaço em branco,
já só é preciso escrever,
já só há cara de espanto,
já nada aqui quer perder,
porque há vida demais a ter,
porque há coisas demais a ser,
porque há cantos demais a ver,
em ti.

Já nada aqui quer parar,
já tudo aqui quer seguir,
já nada aqui quer fechar,
já só dás portas a abrir,
já todo o céu se inquieta,
já toda a chuva se recolhe,
já tudo aqui se desperta,
já nada faz que me molhe,
porque há tempos demais a ter,
porque há sonhos demais a ser,
porque há gestos demais a ver,
em ti.

Tudo o que não foi, virá,
quando assim tiver que ser.

Tudo o que virá, será,
o que quisermos viver !

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tempestades !

É triste quando a sintonia nos céus não existe. O sol bem que combate com as nuvens, mas em certos momentos não á meio de sair vencedor. As nuvens intensificam-se, ficam escuras por vezes, carregadas, de semblante pesado e nós aqui em baixo, por muito que procuremos, temos dificuldade em encontrar um único rasgo de sol que nos conforte e nos permita caminhar num trajecto mais brilhante.

Engraçado é perceber que tudo isto pode ser uma personficação dos nossos dias, das nossas vidas, daqueles que se cruzam connosco e que por vezes insistem em tornar cinzentos os nossos passos, impedindo-nos de receber um pouco mais de sol nos nossos lábios. Infelizmente, nuvens, trovões, tempestades e trovoadas, sempre fizerão e farão parte da história da terra, e da história das relações humanas. Compete-nos a nós agasalharmo-nos, aquecermo-nos nos braços daqueles que nos dão brilho e soprar-mos com muita força para a dissipação das nuvens do nosso espaço, esperando sempre conscientes do nosso próprio brio.

Nesse sentido, posso ser o teu guarda-chuva e o teu pedaço de sol, no meio das tempestades, celestes e terrestres?

Estou aqui, tu sabes que estou aqui !

terça-feira, 11 de maio de 2010

2 bilhetes !

Ás vezes por sorte, na lotaria, em sorteios, em banalidades como comprar a revista Maria, ou numa simples embalagem de chocapic, ganhamos vales de viagens ás Caraíbas, á Tailândia, ao Allgarve, ao Museu da esquina, ou até mesmo a lado nenhum. Sabes o que tenho comigo? Dois bilhetes, disseram-me só assim no acto de entrega: Finding your land. Sabes quem me deu estes dois smart box? Eu próprio os criei.

Neles existe de tudo. Viagens, conversas, abraços, sonos, carinhos, e acima de tudo paz e calma.
Nem eu próprio sei o que realmente vem no saco, aliás, segundo o que sei, vêm todos os nossos sonhos. Temos é de saber procurá-los, e lapidá-los á nossa ambição. Também sei que é uma viagem, uma bonita e pessoal viagem!

Gostava de adormecer na partida, não saber para onde vou. Gostava de acordar já em alto mar, ou alto céu, ou alto recanto só meu. Gostava talvez de nem acordar se o sonho, a viagem, a experiência fossem daqueles que dão sorrisos que não saiem da cara. Mas acima de tudo gostava que me acompanhasses.

Acho que no fundo podes ser tu o guia, piloto ou comandante. Tu sabes conduzir perfeitamente as minhas emoções por isso não temo ficar ancorado. Assim serias tu a primeira pessoa a ver afinal o que terá lá dentro o baú. Tens curiosidade? Queres partilhar 20 minutos do teu sono numa viagem?

O dia de partida está mais ou menos alinhavado, e a hora do check-in até podes ser tu a decidir. Não leves muitas malas, senão o barco vai ao fundo. Mas leva máquina fotográfica, os teus olhos. Só me importa que registes na tua lembrança.

Queres o teu bilhete?

Pode ser ?

Olá, estás aí? Ah, ainda bem, tenho-te procurado. Sabes que me tens ajudado? Tens sim. Vamos tomar café? Esta bem , vamos aquele café. Posso-me encostar a ti? Posso mesmo? Está bem, dá-me um abraço. Adoro este silêncio que ouço com a minha barba na tua face. Esta bem, eu não me mexo muito. Abraça-me com mais força.

Ainda que de relance, fito os teus olhos, e ainda que de relance desvio o olhar. Não resisto e fito os teus olhos de novo. É agora; mergulho num oceano em estado meditativo. Mergulho nos rasgos de carinho e caricia que as palmas da tua mão me oferecem. Mergulho no desejo, de que o frio que me entra pelas costas, se converta em calor das tuas mãos, das tuas simples e humanas mãos a percorrerem as minhas costas, e me agarrarem pele, com pele.

Posso tocar a tua face? Posso não parar de tocar a tua face? Mesmo quando estiveres tudo menos perto de mim, eu fico a fazer festas à atmosfera; algures nessa atmosfera, a tua face está em contacto com a minha mão, através de átomos e moléculas e afins.

Estou aqui ainda, e tu aí, aqui.

Encosta-te a mim...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Casualidades , sorte !

Naquele dia, por algum acaso ainda estava em Viseu, mas em breve deixaria de estar. Eram para aí duas da tarde e o meu autocarro para o norte era ás cinco. Precisava de dinheiro e fui ao banco. Deixei o carro em cima do passeio, passeio que além de ser isso, tinha junto de si uma linha amarela de " proíbido parar ou estacionar ". Ainda assim, arrisquei. Levanto os trocos, saio do banco, e quase choco com uma caixinha da sorte, do tipo , pum, Olá sorte!

Após esse feliz acidente, coincidência, casualidade, ouve Pretexto, para mil e um temas de conversa, desabafos, conversas de café, sorrisos. O menos importante a registar, é que dos trocos levantados, alguns centimos dirigiram-se para pagar um café e um chá.

Momentos depois, lá ia eu, deixando a sorte para trás, e ao mesmo tempo levando-a comigo, para 3 horas e tal de viagem rotineira, mais uns quantos dias de " Inferno " , que graças a "Deus" ainda duram.

Ontem ouve concilio dos Deuses de certo. Á mesa estiveram o frio, a tal sorte, os braços de abraços e 4 olhos brilhantes, penetrantes, entre-abertos, abertos , e fechados por vezes; focados!

Rara foi a vez, em que a paz chegou á minha terra de forma tão calma, tão intocável, durante algumas horas do meu relógio. Tipo, o tempo era, segundo plano. Conheci um olhar, e posso garantir que conhecer um olhar, mas um olhar luminoso, é qualquer coisa de transcendente.

Ainda assim, o relógio não parava, e os braços, os olhos, os sorrisos, os arrepios e a não esquecer, a sorte, foram embora deixando a certeza que estacionamentos em sitios proíbidos afinal podem trazer uma multa saborosa.

Devo também confessar que demorei 5 minutos no banco, e mal tirei de lá o meu carro, apareceu a policia, que multou outros dois que tinham arriscado como eu. Azar para eles, que não tiveram a dupla sorte, nem só uma sorte, se calhar, sorte nenhuma. Eu tive duas. Uma sorte pequena, não ser multado, e outra sorte grande...

Agora, tenho sorte, tenho braços, tenho abraços, mesmo quando não tenho a sorte. Conheci um pouco mais de casualidades. Mas isso pouco importa. Conheci-te mais a ti. E se tiver que estacionar todos os dias no mesmo sitio, para te ver, levanto mais trocos, para uma possível multa, para um café, um chá, braços , abraços, e sentir-te!

domingo, 9 de maio de 2010

Braços de Abraços !

Estou na paragem, não te esqueças!

Esta era a única indicação que tinha no trajecto rumo ao rapto, ou não rapto, ou fuga, ou não fuga, para o quentinho. No carro nem se tava mal, mas lá fora, o frio ia de encontro ao plano de hoje. Encostei na paragem, abri a porta, e subimente o frio deu-me razão e disse-me: Aproveita Filipe, é um belo dia de abraços ! Tendo já braços para abraçar, pé na embraiagem, acelerador, e vamos lá pra esse mundo.

Sou mesmo estupido. Chego ao mundo dos abraços e abro as janelas. Espera, se calhar não sou assim tão estupido. Foi intuitivo. O frio deu-me mais stock de abraços. E os braços que dariam abraços, estavam tão quentinhos que até fecharam olhos para viagens subconscientes de 20 minutos.

Cumpri as ordens do frio. Abraçei incessantemente. Abraçei do tipo ligado. Abraçei do tipo observador. Abraçei do tipo " não quero sair deste mundo ". Abraçei do tipo, lá fora realmente está frio. Abraçei do género: é bom gostar, e abraçar!

Travado um combate com o frio, regressei ao carro, agora com uns braços e mais que uns braços, mais meus, e mais teus.

Estás na paragem, não me esquecerei, de hoje...

Até já, agora.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O enviado !

No alto da freguesia há um fontanário,
no tempo da burguesia era lá o solário.
Maria aparecia aos pobres no alto da cruz,
aos ricos só aparecia em rasgos de luz.
Lavadeiras, lavadeiras,
que conversa para ali vai,
cusquices de interesseiras,
sobre um padre Samurai !

No meio desta aldeia existe um espigueiro,
de espigos deserto, não há quem os colha primeiro.
O anjo aparece e ordena : Ide cultivar;
Por ordem divina o escravo vai trabalhar .
Gente do monte, gente da serra,
Deus será um bom senhor,
se derem o corpo sem qualquer reserva
até mesmo com dor !

Nesta montanha existe o problema do isolamento,
ninguém saber ler, não se cresce por dentro.
Só se aprende ao domingo quando se vai á missa,
Samurai só ensina o que quer tem muita preguiça.
Inocência , Inocência,
quanto és boa para a igreja,
ninguém perde a paciência,
com toda a sua inveja !



Post , contra o analfabetismo que a igreja durante séculos imprimiu nos mais isolados, a fim de que estes nunca se pudessem questionar quantos aos seus valores. Ou seja, comiam do prato que lhes aparecia á frente.

Pois é !

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Batalhas, parvoíces !

No dia em que nasces-te, quantas pessoas morreram? No dias em que morrerás, quantas pessoas irão nascer? Terás tu mais alguma coisa assegurada na tua vida para além da morte? Terás noção que os acontecimentos mais vulgares no mundo é nascer-se e morrer-se?

Recordo-me agora de um livro de estórias que conta a vida de algumas centenas de pessoas. Na sua primeira narração, conta a vida de Adão, Eva, Caim, Abel, Deus e o Diabo, ou Demónio, ou Lucifer, ou os 3, entre outros. Vida Santa tinham estes; segundo á fábula foram os primeiros a pisar o pó, de onde não vieram, e para onde afinal de contas, irião. Ou seja, estes ainda não faziam parte do ciclo da vida: " Do pó nasces-te, ao pó retornarás!". Vida santa repito, porque não se ouvia falar em velórios, funerais, viuvez ( ainda bem para Adão e Eva ), etc. Nunca terão levado ninguém a enterrar e para eles a morte era pura e simplesmente desconhecida. O relato é tão bom e tão sério que consta-se que viveram pra lá de umas centenas de anos. Provavelmente derivado da qualidade das couves da sopa e das alfaces, onde Lucifer ainda não tinha posto as mãos; para já dedicava-se só a maçãs!

Assim, durante algum tempo, foi usar e abusar do sistema reprodutor para povoar a terra, enquanto o altissímo, não se apercebia que tinha uma falha biológica na sua criação; a velhice.

Mas para falar de Biologia, o senhor Deus prefere que falemos do Diabo, esse que se dedicava a frutas e segundo ele será o responsável por todo o mal existente na face da terra.

Questões importantes. Qual é afinal a força e a vontade de Deus, quando a terra está constamente em guerra? Será que Deus está realmente no Céu, mas ao contrário do que pensa o Diabo afinal anda entre nós a passear-se?

Sinceramente cá pra mim, quando Deus decidiu fazer a terra, pôs em modo automático o processo de criação e foi cuchilar, não percebendo que ao mesmo tempo o Diabo fazia o mesmo, e quando acordou, foi estupido ao ponto de pensar que tinha sido ele a fazer esta imensidão sozinho. Se calhar até foi, mas aí é grave, porque o nosso amigo Deus, é também o nosso amigo D... ( melhor não dizer, para não ser censurado).

No fundo. no fundo, o que importa reter, é que nós, mentalmente diversificados, agora que já se nasce e morre, como se fumam cigarros, como se disparam tiros, como se bebe um fino, ou seja, num ápice, fazemos de tudo por aproveitar um pouco que seja, esta breve passagem por este palco onde Deus e o Diabo brincam ás encenações e coreografias.

E ainda bem que por breves instantes o fazemos; não fossem pequenos gestos de afecto, que são raros, e a representação da nossa vida não fazia sentido. Não somos mais que uma virgula na História da terra, mas podemos tentar também deixar lá uma qualquer palavra de esperança.

Eu acredito!