Nestes dias em que as folhas caiem uma atrás de outra de uma forma tão natural como apressada, é como se essas mesmas folhas se anexassem às linhas da nossa existência como símbolo da constante renovação que nos une nesta harmonia de lugares, circunstâncias, momentos e sentimentos que somos.
Pudesse eu guardar cada folha caída no chão e não pensaria duas vezes. Há histórias que não merecem ser esquecidas e a singularidade de cada uma dessas folhas é uma dessas histórias. Se as guardarmos, no meio de um livro por exemplo, o encanto dessas mesmas folhas que podiam ter sido simplesmente atiradas para trás da memória, é uma mistura celestial de cores, sensações e pensamentos. Há folhas, há linhas e há viagens, que merecem ser eternamente lembradas.
Conseguimos numa fracção de segundos ver o mar diante de nós e de súbito vê-lo a envolver-nos numa pequena ilha que se abre e desfaz a cada onda mais fugaz. E o mar, impossível não lembrar isso, viu os meus olhos outrora brilharem como um “farol” quando em pegadas de outras estações, escrevemos este nosso presente desejando muito mais que um futuro. Os laços, esses são muito mais que meros sentimentos de amor. É uma partilha de felicidade e vontade de ser sempre a outra palma da tua mão. Repito, há viagens que são tudo num só trajecto.
E por muito que o objectivo de certas viagens seja puramente comercial, nem por isso perdemos a capacidade de as pintar de uma cor especial. Não só nós, mas os quatro, através de músicas de desenhos animados entre tantas outras, sorrisos, auto-estradas, fins de tarde e planos do amanhã, conseguimos desfrutar das pequenas coisas mais brutais que a vida nos pode oferecer. A vida não é rica, mas traz-nos tesouros que não devemos desperdiçar.
Guardarei estas folhas de Outono com um toque salgado de um mar que ainda é de Verão.
Guardarei estas linhas porque seremos viagens em qualquer estação.
Guardarei este dia porque “ a vida não é existir sem mais nada, (…) não é dia sim, dia não, é feita em cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o coração “.
Porque somos, cada segundo mais*
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Regresso às viagens.
Pode até ser repetitivo revisitar momentos e circunstâncias, trazendo de novo as viagens ao tema da escrita, ou talvez seja simplesmente uma constante no meu pensamento, aguardando uma nova oportunidade de te envolver e levar-te pela estrada fora. Quando os quilómetros vão passando, um a um, muda o cenário, vem uma árvore nova, vem um vale mais profundo, vem uma montanha com contornos diferentes, em viagem todos os segundos são irremediavelmente distintos. Em mim, mais do que uma mudança visual pelo exterior em constante mudança, tudo muda interiormente quando este percorrer é feito do teu lado. Já outrora disse que as viagens não têm necessariamente de ser literais, muitas vezes uma viagem pode ser simplesmente feita ao absorver no nosso olhar a chama de uma lareira. Não raras vezes, nessas viagens percorre-se muito mais que somando e subtraindo quilómetros. Até porque em certas viagens, não há longe nem distância.
Ainda assim, referindo-me às viagens literais, pegaria em ti neste instante, iria perder-me contigo por esses destinos a descobrir, descobrindo ainda mais de nós, construindo ainda mais a eterna viagem que somos. Tenho vontade de regressar à estrada contigo, olhar-te entre as paisagens e as mudanças de velocidade, sorrir-te sem tu dares conta, dar-te a mão em forma de união, mudar de música ao sabor do céu, ao sabor da paisagem e ao sabor das emoções. Ir simplesmente porque sim, por vivermos e por sentirmos.
Temos vivido muito e tenho partilhado contigo coisas muito importantes da minha vida, querendo simultaneamente que tu, passa após passo, sejas parte da minha como duas tábuas de madeira, margem uma da outra que, que como duas peças de puzzle só se ligam entre si. Vamos viajar, abraçar os segundos e os lumes, as horas e as paisagens, os momentos e as emoções.
Vamos, simplesmente porque somos, cada vez mais*
Ainda assim, referindo-me às viagens literais, pegaria em ti neste instante, iria perder-me contigo por esses destinos a descobrir, descobrindo ainda mais de nós, construindo ainda mais a eterna viagem que somos. Tenho vontade de regressar à estrada contigo, olhar-te entre as paisagens e as mudanças de velocidade, sorrir-te sem tu dares conta, dar-te a mão em forma de união, mudar de música ao sabor do céu, ao sabor da paisagem e ao sabor das emoções. Ir simplesmente porque sim, por vivermos e por sentirmos.
Temos vivido muito e tenho partilhado contigo coisas muito importantes da minha vida, querendo simultaneamente que tu, passa após passo, sejas parte da minha como duas tábuas de madeira, margem uma da outra que, que como duas peças de puzzle só se ligam entre si. Vamos viajar, abraçar os segundos e os lumes, as horas e as paisagens, os momentos e as emoções.
Vamos, simplesmente porque somos, cada vez mais*
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Lume.
Vai chegando o Inverno e os dias vão ficando mais curtos e mais gélidos. Vai chegando provavelmente a época do ano em que o lume adquire um significado especial não só pela mistura celestial de cores que nos oferece mas pelo que representa quando observado ao lado da pessoas que mais representa para nós. É a época daquele abraço ainda mais quente, de dar as mãos de forma ainda mais entrelaçada, de olhar os olhos diante de nós e ver a dança de formas que a chama da lareira consegue inventar ao sabor de químicas e do amor. Não consigo porém explicar o porquê de dar tanta importância a uma simples chama, a um simples lume, mágico nos azuis, laranjas, amarelos e vermelhos que inventa prendendo a nossa atenção, libertando a nossa imaginação, pedindo um corpo mais perto, desejando um abraço eterno, como se na imprevisibilidade de uma chama estivesse tudo quanto precisamos para alcançar uma harmonia perfeita. Talvez não faça sentido perder-me em palavras a definir a minha paixão pelo lume de uma lareira, quando no fundo o que eu quero é sentar-me ao teu lado num simples tapete, num mero chão, envolver-nos num cobertor, abraçar-te apaixonadamente e desfrutar de um simples momento de mil cores numa só emoção.
Talvez o Inverno me chame a passear contigo envolvidos em cachecóis e casacos ultra quentes e a desfrutar de uma forma diferente das palpitações interiores e do calor que não arrefece naquilo que sentimos, dentro do nosso gosto particular em desfrutar da subtileza das pequenas coisas tornando-as grandes momentos em toda a medida, inesquecíveis. Sorriremos iluminados pelas luzes de natal com que a cidade tratará de nos iluminar em breve, navegaremos pelas ruas trocando olhares que já nos são tão característicos e tão nossos e recordaremos os dias passados em que olhando de umas escadas para as árvores “ apagadas “ do Rossio dizíamos: espero em breve passear por estas ruas, de mão dada, do teu lado, partilhando o mesmo sentimento comum. E o nosso lume chegou.
Palpita-me neste momento o coração com vontade pegar em 2 ou 3 pedaços de lenha e acender uma fogueira para nós, olhar para os teus olhos reluzentes como um espelho da mágica química da combustão, e dizer-te mais uma vez através de gestos, palavras ou simples olhares, o quanto tu és importante para mim, o quanto eu te imagino em todas as minhas estações e o quanto eu te quero aquecer nos teus Invernos, com a minha presença e com o que sinto, cada vez mais.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina na perfeição o que sinto ao ver o lume.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina a magia do que somos. Mas se a há…
Somos.
Abraça-me forte*
Talvez o Inverno me chame a passear contigo envolvidos em cachecóis e casacos ultra quentes e a desfrutar de uma forma diferente das palpitações interiores e do calor que não arrefece naquilo que sentimos, dentro do nosso gosto particular em desfrutar da subtileza das pequenas coisas tornando-as grandes momentos em toda a medida, inesquecíveis. Sorriremos iluminados pelas luzes de natal com que a cidade tratará de nos iluminar em breve, navegaremos pelas ruas trocando olhares que já nos são tão característicos e tão nossos e recordaremos os dias passados em que olhando de umas escadas para as árvores “ apagadas “ do Rossio dizíamos: espero em breve passear por estas ruas, de mão dada, do teu lado, partilhando o mesmo sentimento comum. E o nosso lume chegou.
Palpita-me neste momento o coração com vontade pegar em 2 ou 3 pedaços de lenha e acender uma fogueira para nós, olhar para os teus olhos reluzentes como um espelho da mágica química da combustão, e dizer-te mais uma vez através de gestos, palavras ou simples olhares, o quanto tu és importante para mim, o quanto eu te imagino em todas as minhas estações e o quanto eu te quero aquecer nos teus Invernos, com a minha presença e com o que sinto, cada vez mais.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina na perfeição o que sinto ao ver o lume.
Nunca encontrarei nenhuma palavra que defina a magia do que somos. Mas se a há…
Somos.
Abraça-me forte*
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A todos, a ti, o Gerês.
Achei por bem não deixar as palavras e as emoções guardadas dentro de mim e decidi através delas relembrar e eternizar o fim-de-semana do Gerês. Talvez seja difícil nos dias de hoje encontrar pessoas que consigam desfrutar do mais primitivo e natural com uma sensibilidade e entrega em absoluto desprendimento. Talvez seja raro nas alucinantes corridas da sociedade nas quais vamos passando encontrar quem fortaleça laços, amizades e paixões numa simples montanha, numa simples aldeia submersa, numa simples paisagem granítica, numa simples visão contemplativa do mundo, numa simples escarpa ao mesmo tempo harmoniosa e fatal. Tivemos a simples e humilde capacidade de o fazer nas horas que passámos juntos. Talvez sem nos apercebermos, voltámos diferentes, conhecemos mais o mundo e a nós mesmos e mesmo parecendo isto só teoria, na prática voltámos com uma enorme vontade de lá ficar. Das situações mais interessantes e que recordo com particular nostalgia é o facto de em grande parte do dia quase nos guiarmos pelo sol e não pelas horas propriamente ditas. O dia era nosso, a montanha “ era nossa “, estávamos entregues a nós mesmos e aos trilhos que fossemos optando. Dou particular valor à capacidade que as pessoas têm de se unir, reunir, decidir e viver. De facto fomos uma união transformada em vivência.
Talvez os dias sejam efectivamente o menos importante no meio da recordação, mas sim os momentos vividos com uma subtileza e naturalidade absolutamente fascinante. Desde a viagem para a norte, a curiosidade e vontade de lá chegar, os pontinhos vermelhos no horizonte, as músicas lamexo-apaixonantes, os momentos de paródia em jogos de mímicas, os passeios, as ascensões, o simples olhar em redor, o simples abraço à pessoa mais especial, a simples busca pela fotografia perfeita, o simples amanhecer, o simples entardecer, o simples anoitecer, o colossal céu estrelado que estava na primeira noite onde se decifravam dezenas de constelações que nos faziam reluzir com a convicção de que, abandonar o mundo citadino para nos entregarmos a este mundo real, fazia todo o sentido do mundo.
Queria desta forma, agradecer a todos sem excepção, terem partilhado comigo uma das viagens mais fantásticas da minha vida, em todos os sentidos. Recordo com nostalgia e desejo de voltar, todos os momentos que inventamos no diário da nossa viagem. Por fim, queria agradecer-te em particular a ti, que após longas travessias no deserto com uma mochila carregada de esperanças , hoje em dia caminho contigo, de mão dada e entrelaçada. Nesse caminho tive oportunidade de conhecer todas estas pessoas fantásticas e com elas partilhar também parte do que somos. Considero-me um sortudo, por os caminhos da vida nos terem unido desta forma, tão única e tão especial. Somos.
A todos, foi um prazer cada quilómetro de emoções.
A ti, foi um laço ainda mais fundo que transcende sensações.
Voltemos à estrada.
Talvez os dias sejam efectivamente o menos importante no meio da recordação, mas sim os momentos vividos com uma subtileza e naturalidade absolutamente fascinante. Desde a viagem para a norte, a curiosidade e vontade de lá chegar, os pontinhos vermelhos no horizonte, as músicas lamexo-apaixonantes, os momentos de paródia em jogos de mímicas, os passeios, as ascensões, o simples olhar em redor, o simples abraço à pessoa mais especial, a simples busca pela fotografia perfeita, o simples amanhecer, o simples entardecer, o simples anoitecer, o colossal céu estrelado que estava na primeira noite onde se decifravam dezenas de constelações que nos faziam reluzir com a convicção de que, abandonar o mundo citadino para nos entregarmos a este mundo real, fazia todo o sentido do mundo.
Queria desta forma, agradecer a todos sem excepção, terem partilhado comigo uma das viagens mais fantásticas da minha vida, em todos os sentidos. Recordo com nostalgia e desejo de voltar, todos os momentos que inventamos no diário da nossa viagem. Por fim, queria agradecer-te em particular a ti, que após longas travessias no deserto com uma mochila carregada de esperanças , hoje em dia caminho contigo, de mão dada e entrelaçada. Nesse caminho tive oportunidade de conhecer todas estas pessoas fantásticas e com elas partilhar também parte do que somos. Considero-me um sortudo, por os caminhos da vida nos terem unido desta forma, tão única e tão especial. Somos.
A todos, foi um prazer cada quilómetro de emoções.
A ti, foi um laço ainda mais fundo que transcende sensações.
Voltemos à estrada.
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