Talvez a página em branco tenha um tamanho infindável apesar de já tantos capítulos, histórias e memórias terem sido gravados nesta existência que se estende desde aquela praia, aquela esplanada, aquele verão. Quando um dia disse que talvez a última página das coisas nunca o fosse verdadeiramente tão pouco sabia que a minha própria história seria apoiada pelas minhas próprias frases que por sua vez seriam concretizadas por ti, destinatária da página em branco. Não raras vezes me encontro perdido em pensamentos e recordações do momento em que elaborei esse texto que ficará para sempre gravado no nosso álbum de memórias mais querido, aquele que será sempre iluminado por um farol, aquecido com um lume de lareira, preservado com um abraço de uma radial eterna, e que voará para onde formos atado a balões cheios de sensações, emoções e sentimentos. Talvez os arrepios que senti ontem mesmo ao ver aquele sol descer e apontar na nossa direção sejam consequência de todo um sonho que tem sido passo após passo convertido em realidade, vivido acima de tudo com muita dedicação, e cuidado com muito afeto como desde o principio dos princípios te mostrei que merecias.
Estaremos eternamente ligados aquela Barra, aquele paredão, aquele passadiço que serpenteia os limites da areia, aquele por do sol desejado desde Agosto, aquela noite estrelada mar adentro em conversas primitivas que trariam tanto futuro, aquela constelação que talvez seja uma panela talvez seja um gato, aquele farol, hoje convertido em estrela polar. Pergunto-me ainda como é que é possível um principio que não passa disso mesmo, o mais ínfimo começo de algo, conter em si nesse limiar, tantas recordações que fazem o coração trabalhar a todo o vapor. Isto é o amor.
Dar-te a mão hoje em dia de forma segura, abraçar-te e percorrer aqueles lugares na certeza de que a página em branco não só foi um elemento marcante, mas continua disponível para trilharmos a nossa história faz-me arrepiar de felicidade ao recordar o contexto de outrora, o que somos agora e o que no fundo sentimos em nós. As estrelas são testemunhas, ainda hoje e ainda aqui vão sorrindo frequentemente lá do céu.
Talvez a última página das coisas nunca o seja verdadeiramente, talvez por ficar em branco seja a que mais tem para nos contar, porque os nossos sentimentos e os nossos sonhos já deram mais que um livro, e a cada novo respirar tocam na campainha do futuro. Vamos escrevendo e juntos vamos caminhando.
Amo-te sonho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário