Talvez haja de facto viagens absolutamente memoráveis por muito que os lugares sejam revisitados, quando são sentidos com a emoção de quem os sonha como um bem precioso, acabam por se tornar novamente lugares únicos, mágicos, inesquecíveis. Tratámos de viver de uma forma completamente nova os espaços, as ruas, as auto-estradas, os bancos de jardim, as pontes romanas, os castelos e as horas ao longo das quais percorremos tudo isso, lembrando de forma nostálgica um dia passado por estas bandas outrora, quando caminhava no deserto e quando a água parecia não escassear. O Minho tem de facto um encanto especial, uma magia inigualável, recantos únicos onde somos capazes de confessar e partilhar os sentimentos mais escondidos, onde temos a sensibilidade necessária para construir de uma só vez mais um anexo sólido do castelo em que temos transformado a nossa relação, e efectivamente, as pedras do caminho têm contribuído para a solidez dos nossos abraços, e para a realidade dos nossos sonhos.
Os dias foram muito mais que simplesmente um passar de horas, as horas foram muito mais que ponteiros em rodopios incessantes, os rodopios fomos nós entregues á liberdade de percorrer o mundo e voltar tendo os dias e os relógios por nossa conta. Um simples sair, um simples jantar, um simples espectáculo de dança nunca antes visto numa sala esplendorosa, um regressar abraçados numa tentativa de vencer o frio, e o saber permanente que estaríamos ali, sem que nenhum dos dois fosse embora. Dias assim, são dias diferentes do que qualquer outro dia que vivamos na generalidade e no nosso dia-a-dia. Mais do que dezenas de fotografias de recordação, trazemos cada passo guardado, cada olhar trocado, cada expressão séria ou cómica como a quando da utilização dos teus óculos de sol. Mais uma vez, transformamos as pequenas e vulgares circunstâncias, em grandes e profundos momentos. Faz cada vez mais sentido tudo aquilo que o farol da praia da Barra iluminou e ilumina continuamente nas distâncias mais imprevisíveis e inóspitas. Os pequenos gestos e simples palavras que tanto elogiavas recriam-se cada vez mais em capítulos inesquecíveis de um livro continuamente em elaboração. Talvez o livro um dia se venha a chamar Viagens, talvez Tu sejas a minha eterna viagem, e eu a tua.
Fomos, em forma de surpresa ao limite norte do nosso país e curiosamente nestas pequenas e simbólicas fronteiras atingidas percebemos que os nossos limites estão muito para lá da vulgaridade dos pequenos e incertos sentimentos, porque sabemos cada vez mais, olhando fundo os nossos olhares, que somos cada vez mais, uma espécie de margem um do outro.
Talvez tenha sido de facto a viagem da minha vida. Sinto agora mesmo que regressaremos por certo um dia a estas e outras paragens, a repetidas e novas emoções, sempre, construindo em pequenos fragmentos a viagem da nossa vida. O banco de jardim, está lá para nos acolher.
Hoje continuo a dizer, sonho.
Hoje continuo a dizer, quero.
Hoje continuo a dizer, Amo-te.
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