quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O meu pós-jantar de curso.

Hoje foi dia de jantar de curso. Hoje foi dia de juntar diferentes gerações, diferentes opiniões, diferentes comportamentos, diferentes tipos de bebidas e diferentes tipos de consequências por ingestão das mesmas. Hoje foi mais um dia de não ir para a discoteca, que como é sabido, é local onde muito raramente me encontrarão. Hoje é mais um dia de breve reflexão.

Recordo-me vivamente dos meus quinze, dezasseis anos. Que idade louca. Recordo-me como se fosse hoje da primeira vez que entrei no RH, no mítico RH. De recordação, trago precisamente o facto de nessa idade não dar uso ao sentido crítico que hoje em dia me caracteriza. À medida que a vida me foi brindando com presentes fora de validade, estragados, podres, em estado de decomposição, caducos, progressivamente foi aumentando o meu afastamento dos espaços lotados de fumo e de inconsciência. Peço desde já desculpa aos casos raros e particulares de postura digna em estabelecimentos nocturnos. Comecei pura e simplesmente a desfrutar de espaços diferentes, mais conscientes, mais regeneradores e que no fundo preenchiam todos os cantos do mapa da minha realização pessoal.

Tantas e tantas vezes lidei com estupefacção da parte de colegas, amigos, conhecidos, curiosos e ignorantes. Jamais me esquecerei do dia, em que na Figueira da Foz, abandonei o meu grupo de amigos a meio de umas férias alcoólicas, para ir fazer o Caminho de Santiago de Compostela. Jamais me esquecerei das suas piadas, das suas ligeiras ofensas, e das suas lamentáveis questões. É neste momento que me recordo da frase: " Portugal tem mais discotecas que bibliotecas".

Na pluralidade que é o ser humano, julgo ter direito a ter uma vida à minha maneira. E penso eu, que não é crime, ser indiferente à existência de discotecas. Penso também não ser crime, deslocar-me a estas muito, muito raramente. Quero acreditar também não ser motivo de julgamento o facto de ler, escrever e reflectir.

Eu sei caros amigos, que o mundo nada beneficia dos meus devaneios. Mas posso garantir-vos que antes da realização universal, vem a realização pessoal, minha, vossa e de qualquer um.

Um comentário:

  1. Ora nem mais.
    Qnd cá por casa oiço o mano abaixo de mim, dizer que agr é que é aproveitar. Pq aos 25 anos tem + com que se preocupar e já nao tem idade de sair...
    Balelas!
    Todos temos que ter tempos livres e aproveita-los da melhor forma. A vida não é só estudo, mas tbm não é só bebedeiras...
    Faz parte do crescimento. Percebo o que dizes, há sitios q nnc frequentei, outros k já n frequento, porque simplesmente n me sinto bem...outros que passei a frequentar.
    Nascemos na altura errada???

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