sábado, 11 de dezembro de 2010

Um Nobel trancado.

Existem países estáveis, países ricos, países pobres, países militarmente potentes, países militarmente medíocres, países com regimes democráticos, países com regimes ditatoriais e no fundo países onde se vive, na verdadeira ascensão da palavra, e onde não se vive. Analisando aquilo que eu, vulgo mortal, conheço da China, vejo um país financeiramente milionário, militarmente capaz de vencer uma guerra contra qualquer outro, mas no fundo, vejo um país de gente infeliz, presa na sua política e na falta de liberdade de expressão, um país de Máfia e de abusadores, de assassinos de crianças à nascença, de mutilações genitais nas mulheres, e onde a última coisa que se pode pensar, é na oposição ao regime.

Liu Xiaobo, dissidente chinês, lutador pelas causas sociais e pela liberdade de expressão num país praticamente impenetrável, foi condenado a 12 anos de prisão efectiva por ter desejado uma vida melhor e em liberdade, para si e para os milhões de chineses que vivem trancados nas suas revoltas. Toda a sua luta foi reconhecida tendo-lhe sido atribuído o prémio Nobel da Paz do ano 2010, prémio este que nem sequer se sabe se ele já teve conhecimento de ter recebido. O seu lugar, na cerimónia de entrega, ficou vazio; o lugar da sua mulher, ficou vazio; o lugar do governo chinês, ficou vazio e ainda pediram o boicote de outras tantas nações a este gesto, o qual consideram uma grande ofensa para a sua China Imperial.

Eu vulgo mortal, através das minhas simples palavras, gostava apenas de neste espaço fazer ecoar o nome de Liu Xiaobo, na esperança que ele saia vivo da prisão onde vive completamente incontactável e possa um dia ter nas suas mãos o tão merecido Nobel da Paz.

Não levando a situação ao extremo da anteriormente relatada com resumida descrição, estarei para ver, quantos Liu Xiaobos portugueses serão silenciados nos tempos que se avizinham em oposições ao governo, principalmente entre os meios de comunicação social. Essa saga já começou...

Eu, em nome do que acredito, nunca me irei silenciar.

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