Que eu me lembre, embora que vagamente, habito num país em que recentemente decorreram actos eleitorais, esse tais com uma taxa de abstenção admirável dando continuidade a um histórico muito pouco louvável por parte das nossas gentes. Gentes que derivam do tempo do fascimo, da exclusão social, da falta de liberdade, da condenação insensata; ou seja, gente que durante décadas desejou ter eleições livres para se poder expressar. Curiosamente, hoje em dia não o faz. Não sei se pelo Benfica jogar no dia anterior ás eleições, ou se simplesmente isto já virou de tal maneira uma selva, ao ponto de cada um viver por si e olhar pro seu umbigo ignorando toda uma sociedade que se devia fazer e crescer, unida.
Isto não passou de uma ponte de passagem pro meu desabafo de hoje. Toda a campanhã eleitoral dos partidos X, Y, Z, K, L, M, se desenvolveu, á volta de economia, desemprego, corrupção. Muito ao de leve, em jeito de cafuné, por vezes vinham desatar um pouco do nó dos casamentos entre seres humanos do mesmo sexo, abrangidos pela carta universal dos direitos do homem. Eu sei , eu sei amigos, esta carta nunca foi cumprida. Ainda assim, podemos fingir um bocadinho melhor do que aquilo que fazemos hoje em dia.
Após 5 ou 10 minutos de campanhã sobre o tema, agora, já no trono da ponta destruída da Europa, alguém muito rapidamente, para apanhar os descendentes de salazar, maioritariamente iletrados, quer aprovar desde já esses tais casamentos. Os outros, com a sua passividade irritante e reprovante, agora que já se chamam oposição fazem o seu papel e pedem um referendo, para aqueles que já votaram nas eleições, voltem a lá ir, e outros que votaram contra, voltem a contrariar. Caros, isto não é uma questão de valores, de aceitação, de leis. Isto é uma questão do que temos entranhado em nós, e nesta nossa presunção. Deixo-vos com esta questão que todos perceberão: Portugal, é controlado por um estado, ou por uma igreja retrogada, envelhecida, da qual fazem parte mais de 60% da população? Com todo o respeito que tenho pelo meu Deus, que habita no céu e não no Vaticano.
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