domingo, 15 de novembro de 2009

Coisas de circunstância.

Na passada sexta feira, ultimo dia da semana, aparentemente sem qualquer facto digno de registo, após os meus asseados afazeres matinais, vulgarmente conhecidos como higiénicos, abro a porta de casa rumo a mais um dia de intenso, ou não, de intelectualidades ramo científico. Nesse simbólico acto de abertura do trinque, deparo-me, assustado, com alguém que no mesmo instante que eu, no mesmo mundo que eu, e curiosamente no mesmo prédio que eu, está fazer literalmente a mesma saída do lar alugado, na porta em frente da minha. O ser perguntou-me se o elevador estava bom. Eu respondi que sim e perguntei o porque da pergunta. O ser respondeu-me que no anterior dia do nosso calendário actual de coisas, o elevador havia andado com comportamentos desviados do seu normal desempenho esperado. Engraçado, estes desvios são tão vulgares na vida em sociedade. Aquela sua observação, eu respondi que nunca tinha tido qualquer chatice com a máquina. O ser, como se me conhecesse e confiasse no vizinho alugado, disse: ah, ok, pronto, vamos lá então. Viagem em silêncio. Saída do prédio em silêncio. Primeiros 40 metros de algumas 3 centenas em silêncio. Até que perguntei se estudava na universidade. Obtive resposta posítiva. Perguntei em quê, e ela respondeu. Perguntei mais não sei quantos quês, e ao fim de 300 metros e 5 min, já sabia mais do ser do que dos próprios humanos que habitam no mesmo alugado que eu.
Cada vez mais acredito que o mundo está em constante mutação. O que até hoje permanece pasmaceira, subitamente ganha piada. Não foi este acto particular que mudou o que quer que seja em mim. Nada mudou, simplesmente acredito mais que tudo pode mudar em fracções infinitésimais de tempo medido em que escala seja. E da forma mais casual, como um abrir de portas frente a frente as 9:03 da manhã !

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