Que eu me lembre, embora que vagamente, habito num país em que recentemente decorreram actos eleitorais, esse tais com uma taxa de abstenção admirável dando continuidade a um histórico muito pouco louvável por parte das nossas gentes. Gentes que derivam do tempo do fascimo, da exclusão social, da falta de liberdade, da condenação insensata; ou seja, gente que durante décadas desejou ter eleições livres para se poder expressar. Curiosamente, hoje em dia não o faz. Não sei se pelo Benfica jogar no dia anterior ás eleições, ou se simplesmente isto já virou de tal maneira uma selva, ao ponto de cada um viver por si e olhar pro seu umbigo ignorando toda uma sociedade que se devia fazer e crescer, unida.
Isto não passou de uma ponte de passagem pro meu desabafo de hoje. Toda a campanhã eleitoral dos partidos X, Y, Z, K, L, M, se desenvolveu, á volta de economia, desemprego, corrupção. Muito ao de leve, em jeito de cafuné, por vezes vinham desatar um pouco do nó dos casamentos entre seres humanos do mesmo sexo, abrangidos pela carta universal dos direitos do homem. Eu sei , eu sei amigos, esta carta nunca foi cumprida. Ainda assim, podemos fingir um bocadinho melhor do que aquilo que fazemos hoje em dia.
Após 5 ou 10 minutos de campanhã sobre o tema, agora, já no trono da ponta destruída da Europa, alguém muito rapidamente, para apanhar os descendentes de salazar, maioritariamente iletrados, quer aprovar desde já esses tais casamentos. Os outros, com a sua passividade irritante e reprovante, agora que já se chamam oposição fazem o seu papel e pedem um referendo, para aqueles que já votaram nas eleições, voltem a lá ir, e outros que votaram contra, voltem a contrariar. Caros, isto não é uma questão de valores, de aceitação, de leis. Isto é uma questão do que temos entranhado em nós, e nesta nossa presunção. Deixo-vos com esta questão que todos perceberão: Portugal, é controlado por um estado, ou por uma igreja retrogada, envelhecida, da qual fazem parte mais de 60% da população? Com todo o respeito que tenho pelo meu Deus, que habita no céu e não no Vaticano.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Coisas de circunstância.
Na passada sexta feira, ultimo dia da semana, aparentemente sem qualquer facto digno de registo, após os meus asseados afazeres matinais, vulgarmente conhecidos como higiénicos, abro a porta de casa rumo a mais um dia de intenso, ou não, de intelectualidades ramo científico. Nesse simbólico acto de abertura do trinque, deparo-me, assustado, com alguém que no mesmo instante que eu, no mesmo mundo que eu, e curiosamente no mesmo prédio que eu, está fazer literalmente a mesma saída do lar alugado, na porta em frente da minha. O ser perguntou-me se o elevador estava bom. Eu respondi que sim e perguntei o porque da pergunta. O ser respondeu-me que no anterior dia do nosso calendário actual de coisas, o elevador havia andado com comportamentos desviados do seu normal desempenho esperado. Engraçado, estes desvios são tão vulgares na vida em sociedade. Aquela sua observação, eu respondi que nunca tinha tido qualquer chatice com a máquina. O ser, como se me conhecesse e confiasse no vizinho alugado, disse: ah, ok, pronto, vamos lá então. Viagem em silêncio. Saída do prédio em silêncio. Primeiros 40 metros de algumas 3 centenas em silêncio. Até que perguntei se estudava na universidade. Obtive resposta posítiva. Perguntei em quê, e ela respondeu. Perguntei mais não sei quantos quês, e ao fim de 300 metros e 5 min, já sabia mais do ser do que dos próprios humanos que habitam no mesmo alugado que eu.
Cada vez mais acredito que o mundo está em constante mutação. O que até hoje permanece pasmaceira, subitamente ganha piada. Não foi este acto particular que mudou o que quer que seja em mim. Nada mudou, simplesmente acredito mais que tudo pode mudar em fracções infinitésimais de tempo medido em que escala seja. E da forma mais casual, como um abrir de portas frente a frente as 9:03 da manhã !
Cada vez mais acredito que o mundo está em constante mutação. O que até hoje permanece pasmaceira, subitamente ganha piada. Não foi este acto particular que mudou o que quer que seja em mim. Nada mudou, simplesmente acredito mais que tudo pode mudar em fracções infinitésimais de tempo medido em que escala seja. E da forma mais casual, como um abrir de portas frente a frente as 9:03 da manhã !
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Mensagem de abertura.
Está aberto. Não precisaria de me justificar quanto ao aparecimento deste, talvez espaço, talvez outra coisa qualquer, porém, porque em consciência, e diga-se de passagem, uma dose acentuada de vontade, decidi fazê-lo.
Estupidamente, inocentemente, ou em verdade , obrigatóriamente, todos pensamos, criticamos, ripostamos, opinamos sobre um conjunto de coisas sobre as quais não temos a minima formação nem o mínimo conhecimento de causa. É como se, fisiológicamente, a isso estivessemos destinados para sentirmos realização intelectual.
Engraçado, sou mais um. O meu dia a dia é feito de diálogos, que raramente acabam em conclusão que seja. Ou apenas uma; de nada valeu a porcaria desta conversa. Trocam-se umas quantas opiniões, elevam-se uns décibeis os níveis de voz dos protagonistas, e no final, como se com uma bandeira branca de rendição estivessem, vai cada um para seu lado, feliz, com a sensação de que a conversa que havia terminado ia acabar com a guerra no Iraque. Pura ilusão, que pena.
Estranhamente ( consoante o meu anterior devaneio ), aqui venho eu, a partir de agora, alimentar um pouco mais esta fisiologia mental.
Relatarei, apenas e só, coisas.
Aqui estarei, até que o blogger.com nos separe, ou então não.
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