Recém-chegado a uma simbólica marca e não mais que isso,
de duzentos poemas escritos desde o ano dois mil e sete, entre evoluções,
retrocessos, entre quedas e o respetivo erguer consequente das mesmas, apraz-me
dizer que talvez ainda só tenha escrito uma ínfima parte de tudo aquilo que
pretendo deixar em palavras para a posteridade. Talvez o interesse dos outros
para com elas seja residual, poderá nem chegar a uma dezena de seguidores da
minha poesia, mas ainda assim há algo de motivante que me grita para que nunca
deixe de usar as páginas em branco. Talvez não consiga decifrar o porquê do meu
interesse pela poesia, mas a sensação que me invade depois de escrever um
poema, só por si sem definição, faz sempre valer o tempo dedicado em frente do
caderno. Nunca me compararei a ninguém, nem aceito que me comparem com quer que
seja, porque as palavras ditas e expressadas por bocas diferentes, por muito
que sejam iguais, podem assumir ideias completamente contrárias.
Não posso esquecer que destas duas centenas de folhas já
escritas, uma larga percentagem das mesmas foi escrita para ti, que tens sido
uma incessante fonte de inspiração e de sonho que no meu caso é condimento
essencial ao fluir da minha imaginação. Desde que me fizeste sonhar pela
primeira vez, continuamente tens mantido todos os propósitos dos sonhos
intactos, fazendo com que eles mantenham o seu sentido próprio, que não se
esgota só no ontem ou no hoje. Talvez nem no amanhã se esgote. Continuarei
enquanto o corpo me permitir a escrever e a dedicar-te palavras, não necessariamente
em rima, porque tu e até mesmo nós, temos feito por merecer que cada página
fique registada no nosso álbum de recordações. Escreverei sobre as nossas
viagens, escreverei sobre os nossos gestos, sobre a nossa sinceridade e sobre
os nossos sonhos.
Sei que posso contar contigo como uma espécie de “ Pilar “
na construção deste pequenino mundo, e desde já agradeço tudo o que tens feito
desde que entraste no meu próprio livro de vida. Escreverei como sabes sobre o
mundo, sobre o que ele perdeu na dignidade humana, nos valores, na postura e na
moral de cada um e estou certo que me compreenderás nesses desabafos, talvez
partilhando muitas das opiniões.
Como disse inicialmente este marco é puramente simbólico
e não mais do que isso, não é uma meta e muito menos um fim, é apenas uma vírgula
entre tudo o que tenho escrito e aquilo que ainda tenho para escrever. Obrigado
aos que ainda vão deitando o olho.
Obrigado a ti.
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