Vira a primeira página. Sai de casa, mas agasalha-te! Lá fora pode estar um frio gélido...espera. Vai como te apetecer, pode estar também um calor sufucante que te obrigue a andares desnudo. Desculpa, não quero condicionar a tua vida, vai como te apetecer, mas vai.
Se sentires necessidade olha para trás, vê se não perdes nada, e não te esqueças do caminho que trilhas. Percorre essa calçada medieval, vira á direita para uma qualquer times square que avistes, fixa rostos, fixa sorrisos, decifra olhares, analisa culturas, mas por favor não desistas.
Caminha incessantemente pelos desertos mais áridos que tens ao virar da próxima esquina, mas hidrata-te e alimenta-te; se precisares pára um pouco para descansar e reflectir. Digere tudo em consciência e não a todo o vapor.
Toma, até te ofereço um Pass-Travel, livre trãnsito para desfrutares do mundo, sem limites. Não desperdices, não é todos os dias que podes sair assim de casa e dizeres: " Vou para onde me apetecer"! Continua o teu caminho, e não temas as savanas; observa-as na sua pura inocência e nas suas complexas cadeias alimentares. Elas estão mesmo atrás da duna na qual te bronzeias.
Pareces desmotivado... Não gostas do destino?? Mas que te disse eu? és livre de escolheres o teu caminho.. Totalmente livre. Mas estando nele deixa-te levar. Tenho outra ideia; estás a ver a familia de hipopótamos que está mesmo á tua frente? Não vás por aí. Vira-te no sentido oposto e não páres, corre, corre com tudo o que tens em ti, com toda a tua motivação de chegares a outro mundo.
Que tal? Trouxe-te aqui porque adoro glaciares, é lindo não é? Pena, estão a desaparecer a um ritmo desconcertante. Espero voltar aqui muitas vezes durante a sua existência. Ainda assim, creio na renovação das coisas.
Espera...para onde vais a fugir? Estás cansado? Ok , desculpa se hoje fui exaustivo, mas olha, não me abandones eternamente. Ficarei aqui á tua espera.
Já agora, como te chamas?
O meu nome é Biblioteca!
Ps. Espero um dia, não ter o desgosto, de que as livrarias e bibliotecas sejam raras dada a escassez de leitores. Jovens, façam book rail.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Outra vez , por favor, não!
Boa, mais um livro de Saramago. Foi este o meu pensamento no dia que o Caim apareceu de sinal na testa nas prateleiras das lojas deste Portugal fechado ás opiniões dos outros, e que os obrigam a migrar para locais de expressão mais livre. Pensei tão positivamente porque nos momentos que me alimento das linhas deste grande criador, revejo-me e reflicto muito nas minhas próprias crenças. Questiono-me em mil e uma perguntas com resposta difícil e na maioria das vezes, inconclusiva. Absorvo teorias que podem ser tão falsas como qualquer outra, mas que através de um conflito intelectual saudável me fazem decidir o meu próprio caminho. E assim foi, comprei aquelas 181 páginas de génesis e não só.
Nos primeiros 2 ou 3 capítulos confesso que foi raro o momento que tivesse ficado sem me rir com a forma descomplexada e directa com que Saramago aborda o nome de Deus, a sua personalidade e a sua cara de pau. Se todos falassemos uns com outros assim, no nosso dia a dia, aposto que não haveria tanta hipocrisia e estupidez no mundo, porque todos saberiamos o que realmente pensam de nós e não o que as fachadas de faces mentirosas dizem através de sorrisos forçados e enganadores.
A história desenvolve-se e vai relatando as mil e uma brincadeiras de Deus connosco, como por exemplo, o pedido que fez a Abraão para este sacrificar um filho em seu nome, bem como o ataque que fez a Sodoma extreminando milhares de inocentes, entre muitas outras. Para não leitores de Saramago isto pouco importa.
O que importa, e muito, é a terrivel frustração com que fiquei quando o livro acabou. Que raio de final é este Zé? Tens-me acompanhado sempre nas minhas viagens de autocarro e neste caso quase me apetecia queimar a última página do livro. Porque não disses-te logo de uma vez que Caim ganhou a Batalha com Deus e que este está a soro nos dias de hoje?
Peço desculpa, és dos melhores criadores que já tive o prazer de ler, mas fiquei com água na boca.
Relembro somente que acredito na existência de um criador, mas que como todos os criadores, falha em muitas experiências.
Até já.
Nos primeiros 2 ou 3 capítulos confesso que foi raro o momento que tivesse ficado sem me rir com a forma descomplexada e directa com que Saramago aborda o nome de Deus, a sua personalidade e a sua cara de pau. Se todos falassemos uns com outros assim, no nosso dia a dia, aposto que não haveria tanta hipocrisia e estupidez no mundo, porque todos saberiamos o que realmente pensam de nós e não o que as fachadas de faces mentirosas dizem através de sorrisos forçados e enganadores.
A história desenvolve-se e vai relatando as mil e uma brincadeiras de Deus connosco, como por exemplo, o pedido que fez a Abraão para este sacrificar um filho em seu nome, bem como o ataque que fez a Sodoma extreminando milhares de inocentes, entre muitas outras. Para não leitores de Saramago isto pouco importa.
O que importa, e muito, é a terrivel frustração com que fiquei quando o livro acabou. Que raio de final é este Zé? Tens-me acompanhado sempre nas minhas viagens de autocarro e neste caso quase me apetecia queimar a última página do livro. Porque não disses-te logo de uma vez que Caim ganhou a Batalha com Deus e que este está a soro nos dias de hoje?
Peço desculpa, és dos melhores criadores que já tive o prazer de ler, mas fiquei com água na boca.
Relembro somente que acredito na existência de um criador, mas que como todos os criadores, falha em muitas experiências.
Até já.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Tempo, quem és?
Por vezes, embora raras, deparamo-nos com o nosso pensamento focado em coisas absolutamente vulgares no nosso dia a dia, mas ao mesmo tempo cruciais e condicionantes de como viver.
Não poucas vezes também, achamo-nos incapazes de moldar o nosso tempo aquilo que queremos que ele seja. Começo por perguntar-vos uma coisa: Já pensaram que a duração de um dia é a única coisa absolutamente igual em todos os cantos da terra? O Tempo… provavelmente serão poucas as vezes que se debruçarão sobre ele; o que é para vocês o tempo? De que modo gerem o tempo na vossa vida? Através de relógios? Através do sol? Através de prioridades? Através de valores? O tempo foge-vos? Ou será que é o comodismo que anda sempre atrelado a nós? O que é o comodismo? Existirá uma guerra desde sempre entre o comodismo e o tempo?
Peço-vos que tentem, pelo menos mentalmente fazer um pequeno exercício: imaginem diante de vós 7 recipientes: O do “ Eu”, o de “ Deus”, o do “ Trabalho”, o do “ Vicio”, o dos “ Amigos”, o da “ Família”, e o da “ Preguiça “. De seguida, encham a vossa mão com terra e distribuam-na pelos recipientes.
Que sucedeu? Provavelmente a terra esgotou-se antes de a distribuírem por todos os recipientes. Sabem o que é simbolicamente a terra? É o vosso tempo, são as vossas 24 horas, são os vossos créditos, e por muito que em vez de terem 24 horas, tivessem 25, veriam que ainda assim, a vossa areia não chegaria e teriam enormes dúvidas de quantos grãos por em cada recipiente.
Todo este girar de ideias, pretende alertar-vos que é nesse tempo, que construímos progressivamente uma vida, e tentamos que ela seja feita á nossa imagem, espelhando uma felicidade que tentamos alcançar grão após grão. Obviamente que as prioridades de cada ser humano serão diferentes , muito de acordo com os seus valores. Mas nós, de acordo com os valores nos quais crescemos, não deveríamos valorizar um bocadinho mais certas coisas do que outras? Se fecharem bem os olhos, não sentem “ que o comodismo” nos faz perder pequenos grandes minutos de relações inter-pessoais, de amizade, de passado presente e futuro?
Relembro-vos que o dia tem 24 horas, em todos os cantos da terra. A vida não é aquilo que nascemos, mas aquilo que temos em nós para ser.
Toma, dou-te uma mão cheia de areia, aproveita cada grão.
(Obrigado ViriaTU's, por este devaneio)
Não poucas vezes também, achamo-nos incapazes de moldar o nosso tempo aquilo que queremos que ele seja. Começo por perguntar-vos uma coisa: Já pensaram que a duração de um dia é a única coisa absolutamente igual em todos os cantos da terra? O Tempo… provavelmente serão poucas as vezes que se debruçarão sobre ele; o que é para vocês o tempo? De que modo gerem o tempo na vossa vida? Através de relógios? Através do sol? Através de prioridades? Através de valores? O tempo foge-vos? Ou será que é o comodismo que anda sempre atrelado a nós? O que é o comodismo? Existirá uma guerra desde sempre entre o comodismo e o tempo?
Peço-vos que tentem, pelo menos mentalmente fazer um pequeno exercício: imaginem diante de vós 7 recipientes: O do “ Eu”, o de “ Deus”, o do “ Trabalho”, o do “ Vicio”, o dos “ Amigos”, o da “ Família”, e o da “ Preguiça “. De seguida, encham a vossa mão com terra e distribuam-na pelos recipientes.
Que sucedeu? Provavelmente a terra esgotou-se antes de a distribuírem por todos os recipientes. Sabem o que é simbolicamente a terra? É o vosso tempo, são as vossas 24 horas, são os vossos créditos, e por muito que em vez de terem 24 horas, tivessem 25, veriam que ainda assim, a vossa areia não chegaria e teriam enormes dúvidas de quantos grãos por em cada recipiente.
Todo este girar de ideias, pretende alertar-vos que é nesse tempo, que construímos progressivamente uma vida, e tentamos que ela seja feita á nossa imagem, espelhando uma felicidade que tentamos alcançar grão após grão. Obviamente que as prioridades de cada ser humano serão diferentes , muito de acordo com os seus valores. Mas nós, de acordo com os valores nos quais crescemos, não deveríamos valorizar um bocadinho mais certas coisas do que outras? Se fecharem bem os olhos, não sentem “ que o comodismo” nos faz perder pequenos grandes minutos de relações inter-pessoais, de amizade, de passado presente e futuro?
Relembro-vos que o dia tem 24 horas, em todos os cantos da terra. A vida não é aquilo que nascemos, mas aquilo que temos em nós para ser.
Toma, dou-te uma mão cheia de areia, aproveita cada grão.
(Obrigado ViriaTU's, por este devaneio)
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