quinta-feira, 3 de maio de 2012

Só por simbolismo.


Recém-chegado a uma simbólica marca e não mais que isso, de duzentos poemas escritos desde o ano dois mil e sete, entre evoluções, retrocessos, entre quedas e o respetivo erguer consequente das mesmas, apraz-me dizer que talvez ainda só tenha escrito uma ínfima parte de tudo aquilo que pretendo deixar em palavras para a posteridade. Talvez o interesse dos outros para com elas seja residual, poderá nem chegar a uma dezena de seguidores da minha poesia, mas ainda assim há algo de motivante que me grita para que nunca deixe de usar as páginas em branco. Talvez não consiga decifrar o porquê do meu interesse pela poesia, mas a sensação que me invade depois de escrever um poema, só por si sem definição, faz sempre valer o tempo dedicado em frente do caderno. Nunca me compararei a ninguém, nem aceito que me comparem com quer que seja, porque as palavras ditas e expressadas por bocas diferentes, por muito que sejam iguais, podem assumir ideias completamente contrárias.



Não posso esquecer que destas duas centenas de folhas já escritas, uma larga percentagem das mesmas foi escrita para ti, que tens sido uma incessante fonte de inspiração e de sonho que no meu caso é condimento essencial ao fluir da minha imaginação. Desde que me fizeste sonhar pela primeira vez, continuamente tens mantido todos os propósitos dos sonhos intactos, fazendo com que eles mantenham o seu sentido próprio, que não se esgota só no ontem ou no hoje. Talvez nem no amanhã se esgote. Continuarei enquanto o corpo me permitir a escrever e a dedicar-te palavras, não necessariamente em rima, porque tu e até mesmo nós, temos feito por merecer que cada página fique registada no nosso álbum de recordações. Escreverei sobre as nossas viagens, escreverei sobre os nossos gestos, sobre a nossa sinceridade e sobre os nossos sonhos.



Sei que posso contar contigo como uma espécie de “ Pilar “ na construção deste pequenino mundo, e desde já agradeço tudo o que tens feito desde que entraste no meu próprio livro de vida. Escreverei como sabes sobre o mundo, sobre o que ele perdeu na dignidade humana, nos valores, na postura e na moral de cada um e estou certo que me compreenderás nesses desabafos, talvez partilhando muitas das opiniões.



Como disse inicialmente este marco é puramente simbólico e não mais do que isso, não é uma meta e muito menos um fim, é apenas uma vírgula entre tudo o que tenho escrito e aquilo que ainda tenho para escrever. Obrigado aos que ainda vão deitando o olho.



Obrigado a ti.