Outrora, nos primeiros raios da luz daquilo em que nos havíamos de tornar foram imensas as trocas de opinião coincidentes na maioria acerca de pontos de vista que tínhamos do mundo, das pessoas e em grande parte da decadência moral, chamemos assim, de que tantas padeciam nos dias de hoje. É certo que noutros tempos as pessoas foram habituadas a chegar ao destino pelas estradas que o diabo amassou, cheias de curvas e sem atalhos, duras em quase todos os seus enlaces, mas chegavam e nem por isso esmoreciam dos seus objectivos e dos seus sonhos. Ao menos, no seu trajecto casual ou transpondo para o percurso de uma vida, tinham o privilégio de conhecer realmente o mundo, na sua essência e na sua dignidade. Hoje em dia, constrói-se auto-estradas simplesmente porque sim, talvez sem nos darmos conta que as pontes relacionais cada vez têm uma linha mais ténue. Com grande facilidade hoje em dia se desiste de tudo e de alguém, se apanha o primeiro TGV, e pouco mais do que segundos após, mergulha-se numa outra história de vida, como se a história anterior não tivesse passado de uma mera virgula ou de um mero acaso. A isto mais uma vez chamo ser descartável.
Em ti encontrei uma forma de pensar muito semelhante à minha, critica de uma geração que se entregou à fraqueza do facilitismo e à incerteza do sentimento, que não é capaz de assumir e lutar por uma relação com orgulho e perseverança, e que parece bailar perdida e desorientada ao sabor dos ventos das modas e da escassez de valores. Talvez por isso, sempre preferi ir pelas nacionais do que pelas auto-estradas. Talvez por isso tenhamos já percorrido pedaços de mundo um ao lado do outro, subido montanhas olhando o mundo lá em baixo, olhando o sol que se punha em mais um descanso no horizonte, entre tantas outras vivências. Quando olho para os mais velhos que nos são próximos estou certo que nos seus 25/30 anos de ligação, atravessaram tempestades nas quais de certo se molharam e tiveram de secar. Talvez tenham ganhado gripes e tiveram de as curar, talvez até por vezes tenham caído mas tiveram a força para se levantar. Sozinhos? Creio que não, acredito que tenham dado a mão.
Assim, porque acredito que de facto podemos partilhar das particularidades da vida um ao lado do outro, sei que nem todos os dias serão de sol, mas se tudo no amor fosse fácil, talvez os sentimentos não tivesses sido inventados, nem tão pouco seriamos racionais. Quero construir contigo pedra após pedra a solidez de algo que nos garanta a segurança e o afecto de um lar, a capacidade de em cada novo dia nos compreendermos e nos ajudarmos sem desistir quando as nuvens passarem. Talvez abraçados nos molhemos menos, pelo menos o nosso peito e as nossas emoções estarão salvaguardados. Temos, por tudo aquilo que já vivemos até hoje, a capacidade de chegar mais além, e escrever cada vez mais linhas daquilo a que tu um dia chamaste “algo para a vida “. Tu conheces-me, eu conheço-te. Disseste um dia que sempre sonhaste com algo assim e eu disse-te um dia que sempre sonhei alguém como tu. Vivamos então, fortes, este sonho que transformámos em realidade, porque o sol nunca deixa de existir.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Para mim, o amor.
Observando o mundo que me rodeia como tantas vezes o faço para não dizer constantemente, cada mais sinto apoiada a minha opinião de está instalada nas novas gerações uma crise de valores, crenças e fundamentalmente um crise de respeito pelo bocadinho de dignidade que nos resta enquanto humanos. Não é a primeira vez que dedico algumas linhas dos meus humildes desabafos a expor este meu ponto de vista e regresso porque acho e sempre achei que no amor reside a maior força, o maior suporte e no fundo a melhor forma de caminharmos na vida aproveitando uma pequenina característica com a qual fomos dotados: o sentimento.
Deparei-me recentemente com uma frase que me chamou bastante a atenção: amor não é enjoar de amar. Hoje em dia são raras as pessoas que conseguem viver e desfrutar de uma relação com vontade de vencer as adversidades, que se conseguem redescobrir diariamente e vencer a palavra monotonia, que conseguem desfrutar das coisas mais elementares como um simples olhar que ao longo da vida tem sempre tanto a dizer de novo, que sonham com o futuro a longo prazo e não só com a hora ou a noite seguinte, que fazem planos juntos, sonham criar filhos juntos, que sonham envelhecer a amparar-se mutuamente e a tentar tornar os últimos raios de sol tão jovens e aconchegantes como os primeiros ou ainda mais. Hoje em dia tudo é descartável e entristece-me a falta de perseverança e o pouco esforço da parte das pessoas para construir uma relação assente em sentimentos afectivos. Talvez seja eu que de facto caminho errante nos padrões da sociedade actual, talvez prefira ainda assim manter-me neste meu percurso do qual sempre me orgulharei e no qual teria imenso orgulho que os meus futuros filhos viessem a caminhar.
Com a conjectura actual do mundo, se não procurarmos regressar á essência daquilo que nos constitui, porque nós somos muito mais que ossos, músculos ou órgãos, talvez percamos de vez o rumo e nos tenhamos de render um dia às máquinas e robots que chegarão mais cedo ou mais tarde com o evoluir da tecnologia. Vendo bem, muitos de nós já padecem hoje em dia de um défice daquilo que nos distingue da maioria dos animais: racionalidade e sentimentos. A nossa aproximação à era robótica é por demais evidente e alarmante. Se o mundo caminhar para lá, lamentarei eternamente o futuro das novas gerações. Talvez seja ridículo, estúpido, absurdo eu defender o amor nos dias de hoje, quando hoje os dias parecem ser simplesmente iluminados por economias, auto-estradas, guerras, intrigas, disputas, etc. E o mundo? Que saberão os leitores do mundo das montanhas, do mundo rural onde se cultiva, onde se cresce em harmonia com a natureza, do mundo não cosmopolita que no fundo alimenta o mundo cosmopolita, do mundo em que duas pessoas que se amam conseguem dia a dia construir uma relação na base da partilha, da compreensão, do aglomerar de pequenos momentos, do sacrifício individual transformado em amor conjunto? Que saberão os jovens acerca disso? E querem saber? Descartável, tudo é tão dispensável.
Felizmente tenho do meu lado uma pessoa que consegue ver o mundo com os mesmos olhos que eu, que aceita as pequenas coisas como grandes momentos, e que vive construindo passo após passo o seu sonho, o meu sonho e um sonho comum. A felicidade mais do que estar ao alcance das nossas mãos está à distância do nosso esforço para todos os dias nos compreender-mos e redescobrir-mos, alimentando o sentimento que nos une muito mais que em momentos. O amor está em cada palavra, em cada gesto, em cada lugar e acima de tudo em cada olhar.
Porque tu me fazes acreditar que ainda é possível sonhar com um futuro que valha a pena.
Porque vivendo o presente me fazes sonhar com o futuro.
Porque me amas e porque te amo.
Deparei-me recentemente com uma frase que me chamou bastante a atenção: amor não é enjoar de amar. Hoje em dia são raras as pessoas que conseguem viver e desfrutar de uma relação com vontade de vencer as adversidades, que se conseguem redescobrir diariamente e vencer a palavra monotonia, que conseguem desfrutar das coisas mais elementares como um simples olhar que ao longo da vida tem sempre tanto a dizer de novo, que sonham com o futuro a longo prazo e não só com a hora ou a noite seguinte, que fazem planos juntos, sonham criar filhos juntos, que sonham envelhecer a amparar-se mutuamente e a tentar tornar os últimos raios de sol tão jovens e aconchegantes como os primeiros ou ainda mais. Hoje em dia tudo é descartável e entristece-me a falta de perseverança e o pouco esforço da parte das pessoas para construir uma relação assente em sentimentos afectivos. Talvez seja eu que de facto caminho errante nos padrões da sociedade actual, talvez prefira ainda assim manter-me neste meu percurso do qual sempre me orgulharei e no qual teria imenso orgulho que os meus futuros filhos viessem a caminhar.
Com a conjectura actual do mundo, se não procurarmos regressar á essência daquilo que nos constitui, porque nós somos muito mais que ossos, músculos ou órgãos, talvez percamos de vez o rumo e nos tenhamos de render um dia às máquinas e robots que chegarão mais cedo ou mais tarde com o evoluir da tecnologia. Vendo bem, muitos de nós já padecem hoje em dia de um défice daquilo que nos distingue da maioria dos animais: racionalidade e sentimentos. A nossa aproximação à era robótica é por demais evidente e alarmante. Se o mundo caminhar para lá, lamentarei eternamente o futuro das novas gerações. Talvez seja ridículo, estúpido, absurdo eu defender o amor nos dias de hoje, quando hoje os dias parecem ser simplesmente iluminados por economias, auto-estradas, guerras, intrigas, disputas, etc. E o mundo? Que saberão os leitores do mundo das montanhas, do mundo rural onde se cultiva, onde se cresce em harmonia com a natureza, do mundo não cosmopolita que no fundo alimenta o mundo cosmopolita, do mundo em que duas pessoas que se amam conseguem dia a dia construir uma relação na base da partilha, da compreensão, do aglomerar de pequenos momentos, do sacrifício individual transformado em amor conjunto? Que saberão os jovens acerca disso? E querem saber? Descartável, tudo é tão dispensável.
Felizmente tenho do meu lado uma pessoa que consegue ver o mundo com os mesmos olhos que eu, que aceita as pequenas coisas como grandes momentos, e que vive construindo passo após passo o seu sonho, o meu sonho e um sonho comum. A felicidade mais do que estar ao alcance das nossas mãos está à distância do nosso esforço para todos os dias nos compreender-mos e redescobrir-mos, alimentando o sentimento que nos une muito mais que em momentos. O amor está em cada palavra, em cada gesto, em cada lugar e acima de tudo em cada olhar.
Porque tu me fazes acreditar que ainda é possível sonhar com um futuro que valha a pena.
Porque vivendo o presente me fazes sonhar com o futuro.
Porque me amas e porque te amo.
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